Depois dos rumores, surge a confirmação: Roman Abramovich, presidente do clube de futebol Chelsea, anunciou esta quarta-feira, 2 de março, que está decidido a avançar com a venda do clube. A decisão surge já depois de o oligarca ter alegadamente posto à venda pelo menos outras duas propriedades, uma casa e um apartamento — o que faz com que as suas verdadeiras motivações já tenham sido postas em casa.

"Como sempre referi, sempre tomei as minhas decisões tendo em atenção os melhores interesses do clube. Atendendo à situação atual, decidi tomar a decisão de vender o clube, pois acredito que é essa a melhor para os interesses do clube, adeptos, funcionários, tal como os patrocinadores e parceiros do clube", avança a nota emitida no site oficial do Chelsea. "Esta foi uma decisão incrivelmente difícil de tomar e custa deixar o clube desta maneira", lê-se.

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Recorde-se que Roman Abramovich comprou o Chelsea em 2003 por 167.6 milhões de euros, avança "A Bola". Na mesma nota, Abramovich revela ainda que não vai exigir o pagamento do valor de 2.3 mil milhões de euros, fruto de uma alegada dívida que o Chelsea tem para com ele. "Isto nunca foi sobre dinheiro, mas sim por paixão. Aliás, eu dei instruções para montar uma fundação solidária para onde irão todos os lucros da venda e que servirá para apoiar as vítimas da guerra na Ucrânia", acrescentou.

Abramovich acusado de tentar vender propriedades à pressa para fugir a sanções

O deputado dirigente do comité de normas parlamentares, Chris Bryant, acusou o governo de estar a demorar muito tempo a impor sanções às pessoas com ligações a Vladimir Putin, após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Sendo que, entre elas, está Roman Abramovich.

Bryant sugere, segundo o jornal britânico "The Guardian", que Abramovich está a tomar medidas para evitar que os seus bens sejam congelados. "Acho que ele [Abramovich] está com medo de ser sancionado e é por isso que já vai vender a sua casa amanhã [quarta-feira] e outro apartamento também", disse, usando o privilégio parlamentar que o protege de procedimentos legais.

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E já há rumores de que uma das casas de Abramovich, no Kensington Palace Gardens, no oeste de Londres, com 15 quartos, já foi alvo de visitas para uma potencial venda. Segundo a mesma publicação, um potencial comprador já terá visitado o espaço esta semana, pela hora de almoço. No entanto, ainda não há qualquer confirmação de que a casa, avaliada em cerca 90 milhões de libras em 2009 (equivalente a 108 milhões de euros), já tenha sido vendida.

Até à data, o oligarca está livre de sanções britânicas

Recorde-se de que esta terça-feira, 1, o governo britânico anunciou sanções contra Gennady Timchenko, Boris Rotenberg e o sobrinho deste último, Igor Rotenberg, cujos bens no Reino Unido já foram alegadamente congelados, além de estarem proibidos de entrar no país. Para além disso, confirma o "The Guardian", determinou também o congelamento dos ativos dos bancos Bank Rossiya, Black Sea Bank, IS Bank, Genbank e Promsvyazbank e disse estar pronto a avançar com mais sanções financeiras.

No entanto, terá existido um erro nestas mesmas declarações. Durante o anúncio, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, terá dito erradamente que "Abramovich já está sujeito a sanções", mas esta quarta-feira, 2, esclareceu formalmente que "Roman Abramovich não foi alvo de medidas direcionadas". Neste caso, ao conjunto de oligarcas alegadamente próximo do presidente russo, Vladimir Putin.

O Ministério das Relações Exteriores britânico anunciou que "120 empresas e oligarcas" serão atingidos por novas restrições financeiras. No entanto, apenas alguns indivíduos foram alvo dessas sanções até à data de publicação deste artigo.