A notícia está a dividir o parlamento francês, e é esperado que divida também o país: uma emenda aprovada a 12 de fevereiro dita que as escolas francesas terão de banir a utilização dos termos "mãe" e "pai", substituíndo-os pelas designações "parente 1" e "parente 2".

Os apoiantes da emenda salientam que esta alteração será importante para acabar com a discriminação dos pais do mesmo sexo. No entanto, os críticos afirmam que tal atitude "desumaniza" a parentalidade, sendo as novas designações "feias", podendo ainda gerar conflitos na decisão sobre quem é o "parente 1" e o "parente 2".

A emenda faz parte de uma lei mais abrangente que, entre outras coisas, dita que a assiduidade deve ser obrigatória nas creches, a partir dos 3 anos.

"A minha geração está arredada do poder. Na Direita, temos de olhar com atenção para os  mais novos"
"A minha geração está arredada do poder. Na Direita, temos de olhar com atenção para os mais novos"
Ver artigo

Tal como é descrito pelo "The Telegraph", Valéire Petit, membro do parlamento francês do partido do presidente Emmanuel Macron, afirmou que as palavras "mãe" e "pai" em documentos relacionados com a escola, desde autorizações para visitas de estudo ou recados para a cantina, não levam em consideração a existência de pais do mesmo sexo, ou mesmo a alteração à lei do casamento aprovada recentemente, que permite a união entre pessoas do mesmo género.

"Esta emenda apela à diversidade da família nos formulários administrativos submetidos nas escolas", declarou Valérie Petit, que ainda acrescentou que, atualmente, "existem famílias que se deparam com papéis e modelos familiares desatualizados. Para nós, esta medida tem a ver com a igualdade social".

Do outro lado da "barricada", os partidos republicanos mais conservadores, bem como os encostados à direita, estão contra a emenda. Xavier Breton, um membro parlamentar do partido conservador, afirmou: "Quando ouço pessoas dizer que os documentos ou modelos que consideram a existência de um pai e de uma mãe estão desatualizados, gostaria de lhes relembrar que, atualmente, entre as uniões civis e conjugais celebradas, cerca de 95% são de casais compostos por um homem e uma mulher".

Entrevista a André Ventura. "O casamento é uma coisa entre homem e mulher"
Entrevista a André Ventura. "O casamento é uma coisa entre homem e mulher"
Ver artigo