No Reino Unido, o Partido Conservador levantou uma moção de censura contra o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, no passado domingo, 5 de junho. A moção foi imposta por 15% da representação do Partido Conservador da Câmara dos Comuns, motivada principalmente pelo escândalo das festas em Downing Street durante a pandemia. A divisão interna do partido já é visível, mas sem força suficiente para derrubar o líder.

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A moção de desconfiança a Boris Johnson foi votada esta segunda-feira, 6 de junho. No mesmo dia, os resultados foram partilhados: 211 votos a favor e 148 contra, refere a RTP.  Agora, o primeiro-ministro britânico está livre de qualquer moção interna nos próximos 12 meses.

Boris Johnson trabalhou para conquistar um resultado a seu favor na moção de censura junto dos seus deputados, com cartas, telefonemas e discursos, e sublinhou o seu papel na vacinação contra a COVID-19, a resposta à guerra na Europa e ao aumento do custo de vida. As promessas para a liderança não faltaram, desde um novo plano de crescimento à diminuição de impostos.

Mesmo com o resultado positivo, a moção demonstra que há uma divisão de opiniões sobre a postura de Boris Johnson entre os deputados conservadores, quer a nível de liderança interna de partido, quer como primeiro-ministro. Boris Johnson assumiu a necessidade de existir uma união “como país e como partido”.

“Acho que é um resultado convincente, um resultado decisivo e o que significa é que, como governo, podemos seguir em frente e concentrarmo-nos nas coisas que realmente importam para as pessoas”, disse Boris Johnson aos jornalistas, depois de saber os resultados. O primeiro-ministro assumiu ainda que a moção vai permitir que as polémicas sobre as festas do “Partygate” não sejam mais relacionadas com assuntos do governo.

“Partygate”: o escândalo das festas durante a pandemia

“Partygate” é o nome do processo sobre as festas ilegais em Downing Street durante o confinamento, onde o primeiro-ministro britânico esteve presente. Em abril foi descoberto que Boris Johnson e o ministro das Finanças, Rishi Sunak, estavam envolvidos nas festas. Johnson foi o primeiro chefe de governo britânico a comer um crime em funções, explica o “Público”.

A divisão do Partido Conservador foi visível a partir do momento em que houve uma comissão parlamentar para averiguar se Jonhson mentiu deliberadamente no Parlamento sobre o tema. Depois, o partido perdeu poder nas eleições locais. E numa última fase, foram divulgados pormenores sobre as festas, onde o primeiro-ministro assume que eram “eventos de trabalho”. Este tema foi a grande razão para o maior isolamento do líder dentro do seu partido.

O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, está a usar o momento para ganhar algum palco e mostrar a união do seu partido. “Conservadores divididos que apoiam Boris Johnson sem nenhum plano para resolver os problemas que vocês estão a enfrentar. Ou um Partido Trabalhista unido com um plano para consertar a crise do custo de vida e restaurar a confiança na política”, referiu no Twitter.

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