
SGV, como é identificada pela imprensa americana para proteger a sua identidade, vive na Califórnia onde recebe cuidados médicos para uma doença rara. A família recebeu uma ordem de deportação para o México que pode por em causa a vida da menina de 4 anos.
"Se ela for forçada a sair do país, o tratamento será interrompido e isso pode ser fatal em questão de dias", alertou John Arsenault, médico da menina, ao “Los Angeles Times”.
A família foi autorizada a entrar nos EUA em 2023 por razões humanitárias, depois de vários episódios de negligência hospitalar no México, país de origem. Desde então, SGV tem recebido cuidados intensivos no Children’s Hospital Los Angeles, um dos melhores centros de gastroenterologia pediátrica dos EUA. A evolução foi significativa: a menina começou a frequentar a escola, deixou de estar desnutrida e passou a viver com os pais fora do ambiente hospitalar.
No entanto, essa estabilidade pode estar prestes a terminar. No mês passado, a mãe de SGV, Deysi Vargas, recebeu uma ordem de deportação emitida pelo Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA, no contexto de políticas impostas pelo governo de Donald Trump.
A família, que já estava inserida na comunidade e com trabalho legal (o pai como motorista ocasional e a mãe como funcionária num restaurante) enfrenta agora uma nova ameaça: o fim da liberdade condicional humanitária, que o governo Trump considera demasiado permissiva.
O advogado da família está a tentar reverter a decisão, alegando que a revogação do estatuto foi um erro. O caso pode ainda ser decidido em tribunal, mas, entretanto, a autorização de trabalho da mãe já foi suspensa e o medo de ver a filha regressar a um sistema de saúde que falhou, está a crescer.
A história de SGV está a gerar comoção nos Estados Unidos e levanta questões sobre até que ponto políticas de imigração rígidas devem prevalecer sobre casos urgentes de saúde infantil.