Selena Gomez, conhecida cantora e atriz norte-americana de 32 anos, publicou um vídeo na sua conta de Instagram (agora apagado) na segunda-feira, 27 de janeiro, sobre as deportações que estão a acontecer nos EUA a pessoas sem documentação desde que Donald Trump tomou posse como presidente do país. A atriz vem de uma família mexicana e, a chorar, pede desculpa pelo que está a acontecer “aos seus”, prometendo fazer o seu melhor para ajudar na situação.
“Peço tantas desculpas”, começou por dizer no vídeo, que entretanto foi apagado pela própria. “Todas as minhas pessoas estão a ser atacadas”, disse quase sem voz, enquanto estava visivelmente comovida. “As crianças, não consigo entender. Desculpem, gostava de fazer algo pelas crianças. Não sei o que fazer. Vou tentar de tudo, prometo”, finalizou no vídeo, onde deixou a frase “Desculpem” junto de uma bandeira mexicana.
Selena Gomez nasceu nos EUA, mas as suas raízes são mexicanas. A atriz já tinha comentado em 2019, numa entrevista dada à “Time”, que foi a tia que atravessou a fronteira na década de 1970, “escondida na parte de trás de um camião”, e que os seus avós a seguiram. Mais tarde nasceu o seu pai, Ricardo Joel Gomez, já nos EUA. “Em 1992, nasci uma cidadã norte-americana graças à sua coragem e sacrifício”, disse. “Nas últimas quatro décadas, a minha família trabalhou sem parar para conseguirem ser cidadãos dos EUA”, acrescentou.
No entanto, o vídeo publicado foi apagado pouco tempo depois por Selena Gomez devido às críticas, e a atriz chegou mesmo a deixar outro story no seu Instagram onde confessou que “já não se pode sentir empatia por ninguém”. No X, antigo Twitter, o candidato republicano ao Senado pelo Utah em 2018, Sam Parker, também reagiu ao vídeo da atriz antes de este ser apagado, deixando uma mensagem negativa. “Deportem Selena Gomez”, escreveu. “Ai Sr. Parker, obrigada pelos risos e pela ameaça”, refutou a atriz, num story que ainda continua ativo.
Nesta sua primeira semana na Casa Branca, Donald Trump declarou “emergência nacional”, segundo a ABC News, na fronteira dos EUA com o México, e solicitou “assistência militar” para deportar todos os cidadãos mexicanos ilegais no país. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse na segunda-feira, 27, que o seu país recebeu mais de quatro mil migrantes, a maioria dos quais de nacionalidade mexicana, deportados dos EUA desde 20 de janeiro.