O internacional brasileiro e ex-jogador do Barcelona Dani Alves foi condenado esta quinta-feira, 22 de fevereiro, a quatro anos e seis meses de prisão por ter agredido sexualmente uma jovem de 23 anos na Sutton, uma famosa discoteca de Barcelona, em Espanha. O futebolista de 40 anos terá de pagar uma indemnização no valor de 150 mil euros por danos morais e físicos à jovem, cumprir cinco anos de liberdade condicional após o cumprimento da sentença, e está proibido de se aproximar a menos de um quilómetro da vítima, segundo a CNN Portugal.
O caso remonta a dezembro de 2022. Segundo os relatos da vítima, publicados pela imprensa espanhola, esta terá sido convidada a entrar na área VIP da discoteca espanhola. Foi neste espaço que a mulher conheceu Daniel Alves, que terá levado a mão dela até ao seu pénis repetidamente, algo que a jovem rejeitou, segundo o "Terra". Depois disso, os dois terão entrado na casa de banho do espaço, onde a agressão terá ocorrido.
A mulher terá tentado abandonar a casa de banho, mas diz ter sido impedida pelo jogador, que a terá penetrado de forma violenta sem o seu consentimento, chegando até a ejacular. De seguida, Dani Alves terá deixado aquele espaço, assim como a mulher, que contou tudo o que aconteceu a uma amiga e foi diretamente para o hospital.
O tribunal considerou credível o depoimento da jovem sobre o que aconteceu na casa de banho, feito à porta fechada, dizendo que Dani Alves "agarrou abruptamente a vítima, atirou-a para o chão e impediu-a de se mexer e penetrou-a vaginalmente, apesar de a queixosa ter dito que não, que queria ir embora", de acordo com o jornal espanhol AS.
A vítima não apresentava lesões vaginais, mas o tribunal lembrou que "para que exista agressão sexual não é necessário que haja lesões físicas, nem que haja oposição heroica da vítima à prática de relações sexuais", citou o “Jornal de Notícias”. Anteriormente, o futebolista já se havia apresentado voluntariamente à Justiça poucas semanas após o ocorrido, estando em prisão preventiva desde janeiro de 2023.
Na altura, o jogador apresentou várias versões dos factos, algo que pôs a sua credibilidade em causa – contrariamente à vítima que, desde o primeiro dia, manteve a mesma versão. Dani Alves, no início, negou qualquer envolvimento sexual com a mulher, afirmando mesmo não a conhecer. No entanto, mais tarde, o futebolista de 40 anos admitiu ter mantido relações consensuais com a mesma mulher, acrescentando que teria negado anteriormente de modo a proteger o seu casamento com Joana Sanz, com quem é casado desde 2017.
Em tribunal, Dani Alves voltou a confirmar a sua inocência ao longo de 20 minutos, segundo o “Observador”, e garantiu que a relação sexual foi consentida. “Em nenhum momento me disse para parar. Estávamos a aproveitar, nada mais. Ninguém se sentiu minimamente desconfortável. A vítima e eu começámos a dançar próximos. Ela começou a roçar-se em mim, uma dança típica de discoteca. Começámos a ficar íntimos”, explicou, segundo o mesmo meio de comunicação.
Na altura, ao comentar as mais variadas versões de Dani Alves, a promotora do Ministério Público, Elisabeth Jiménez, foi bastante dura com o jogador. “Ele já fez tantas declarações que já nos perdemos. Hoje anunciou que estava bêbedo. Sinceramente, acho que esta quantidade de versões é porque se sentiu impune. Chegou ao tribunal extremamente calmo. As mudanças de versão foram impressionantes”, disse.
O julgamento do jogador de futebol começou no início deste mês, a 5 de fevereiro, e o Ministério Público espanhol pediu uma pena de nove anos de prisão para o futebolista, além de uma indemnização de 150 mil euros para a vítima e mais 10 anos de liberdade supervisionada após o cumprimento da sentença, segundo a "Visão". No entanto, o Tribunal Superior da Catalunha decidiu condenar o futebolista brasileiro a apenas quatro anos e meio.