Iraque, Moscovo, Chile, Peru, Indonésia, México, Afeganistão. Independentemente da conjuntura política, da cultura ou religião, por todo o globo correram celebrações, marchas e protestos pelo Dia Internacional da Mulher, que desde 1977 se celebra a 8 de março.

Só que flores e abraços já não chegam. As comemorações deste dia acompanham as exigências dos tempos e intensificam-se na forma de protestos, manifestações, greves e de milhares de pessoas reunidas a gritar pelo mesmo: igualdade de direitos e oportunidades, o fim da violência contra as mulheres, e a celebração e reconhecimento do poder feminino.

Em Portugal, por exemplo, o dia foi marcado pela pioneira Greve Feminista, que além de laboral, abarcou protestos contra o trabalho doméstico. Foi organizada pela Rede 8 de Março, um coletivo de organizações feministas, que foi capaz de gerar concentrações de norte a sul do país e que envolveu pré-avisos a cinco sindicatos.

No México, as manifestações ganharam outras proporções, até porque aqui se estima que dez mulheres sejam assassinadas diariamente. Por isso, cerca de 800 mil pessoas sairam à rua, gritaram pelo fim da violência doméstica e tiveram confrontos com as autoridades, depois de terem sido lançado bombas de gasolina e incendiadas barricadas nas estradas — incluindo junto da residência do presidente Andrés Obrador. Cerca de 30 pessoas terão sido hospitalizadas.

No Brasil, mulheres protestaram contra o governo de Jair Bolsonaro. No Chile, mais de dois milhões marcharam pela cidade de Santiago. Em Islamabade, no Paquistão, muitas outras marcharam para celebrar o sexo feminino. Em França, mulheres gritaram contra a "pandemia do patriarcado". Em Londres, Meghan Markle visitava uma escola para falar a crianças e adolescentes sobre a importância desta celebração. “Vocês têm as vossas mães, irmãs, namoradas. Protejam-nas. Vejam se elas se estão a sentir valorizadas e seguras. E vamos nos unir para tornar o Dia Internacional da Mulher em algo que não acontece apenas no domingo, mas em todos os dias do ano. "

Foi assim que a conta de Instagram Royal Sussex celebrou a data no Instagram. Sim, falta falar no universo digital. Primeiro-Ministro português, ao Secretário-Geral das Nações Unidas, passando por várias entidades e celebridades nacionais e internacionais, de Jane Fonda a Cristina Ferreira, foi por tudo isto que na internet se reivindicou.