Roman Polanski volta a estar envolvido numa polémica sexual. Depois de, na década de 70, ter sido acusado de ter violado Samantha Geimer, na altura de 13 anos, o realizador de “Rosemary’s Baby”, que confessou o crime, é agora apontado como agressor sexual da atriz e fotógrafa francesa Valentine Monnier, hoje com mais de 60 anos.
Ao jornal “Le Parisien”, Monnier revelou que o realizador a terá agredido fisicamente e violado quando esta apenas tinha 18 anos, em 1975. Segundo a atriz, o crime terá ocorrido no chalet de Polanski em Gstaad, na Suíça. “Não tinha nenhuma ligação com ele — nem pessoal, nem profissional, eu mal o conhecia."
Os dois conheceram-se através de um amigo comum, aquele que terá convidado a então jovem a ir a casa do realizador para esquiar. Uma noite, Polanski chamou Monnier ao seu quarto. Ao chegar, encontrou-o nu.
Despiu-a à força e tentou obrigá-la a tomar um comprimido. “Isto foi durante uma festa (sem álcool, ou drogas). Foi extremamente violento, depois de estarmos a esquiar, na sua cabana em Gstaad. Ele bateu-me, ele bateu-me até eu me render, e depois ele violou-me. Eu tinha acabado de fazer 18 anos e o meu primeiro relacionamento tinha acontecido alguns meses antes. Eu pensei que ia morrer", continua. “Disse a mim mesma: é Roman Polaski, ele não pode correr o risco de que isto se saiba, ele mata-me.”
Hervé Temime, advogado de RomanPolanski, também é citado pelo “LeParisien”, avançando que o seu cliente “contesta firmemente” as alegações.
Diferente foi o caso do abuso sexual de Samantha Geimer, que na altura em que a agressão ocorreu, em 1977, teria apenas 13 anos. Na altura, o realizador declarou-se culpado e foi preso provisoriamente. A prisão deveria ter durado três meses, mas 47 dias depois foi libertado na sequência do pagamento da fiança.
Em 1978, o juiz à frente do caso planeou uma nova ordem de prisão. Ao saber, Polanski viajou para a Europa, de modo a fugir da justiça americana. Em 2009, as autoridades americanas solicitaram novamente a sua prisão: à chegada do aeroporto de Zurique, na Suíça, voltou a ser detido, pela polícia suíça. Mas durou pouco: o país europeu recusou-se a extraditar o realizador, alegando que as provas eram inconclusivas.
O caso ainda está em aberto e Polanski é um homem procurado nos Estados Unidos. No rescaldo da onda #MeToo, o realizador foi expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, em maio de 2018, tendo depois processado a mesma pela decisão.