Um homem de 26 anos, que há uma semana vinha a realizar pequenas corridas nas ruas de Wuhan, na China,  sofreu de um problema pulmonar grave e teve de ser submetido a uma cirurgia de urgência. Médicos sugerem que máscara poderá ter estado na origem do problema.

De acordo com o Hospital Central de Whuan, o homem corria, há uma semana, uma média diária de apenas três quilómetros. A 7 de maio, no dia em que decidiu aumentar a extensão do treino para seis quilómetros, começou a sentir dificuldade respiratória e dores no peito.

Ainda insistiu na corrida, acabando depois por desistir. Dirigiu-se para casa, mas os problemas agravaram-se, tendo sido levado pela família para o hospital, onde foi submetido a exames. Revelaram que o pulmão esquerdo do homem havia sido perfurado e que tinha encolhido em 90%, diz o "Daily Mail." Os especialistas sugerem que a condição pode ter sido causada pela pressão exercida no órgão, devido à utilização da máscara na corrida.

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Foi, então, submetido a uma cirurgia, encontrando-se agora em processo de recuperação, informou o hospital a 11 de maio. Chen Baojun, médico deste hospital, explicou que, visto que a altura e a estrutura física delgada do paciente tornam-no mais susceptível a este problema.

Esta não é a primeira vez em que o exercício físico praticado com máscara corre mal. O primeiro caso aconteceu a 24 de abril, quando um jovem que fazia uma aula de educação física teve uma paragem cardíaca, cuja relação com o elemento de protecção não está confirmada.

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Apesar de a máscara na prática do exercício físico poder criar "uma alteração dos valores normais de oxigénio e dióxido de carbono nos pulmões, e por isso, no sangue", como explicou, a propósito deste artigo, o médico cardiologista Ricardo Ladeiras Lopes, à MAGG, as alterações não são significativas, podendo ser mais perigosas apenas para "doentes com baixa reserva fisiológica  (por exemplo, com patologia respiratória ou cardiovascular) devem estar atentos a sinais de alarme durante o exercício físico com máscara tais como fadiga precoce ou tonturas."

O perigo de morte, segundo este médico, é baixo.  "Não há qualquer relação causal estabelecida entre a utilização de máscara durante a prática de exercício físico e o risco de morte."