Nos bolos, no queijo grelhado, ou até no café, a manteiga faz parte de todos os pratos que são servidos à mesa neste bistrô. E se pedir a tábua de degustação, tem direito a barrar a baguete com algumas variedades de manteiga, de maneira a provar de uma só vez as várias manteigas disponíveis. Vêm identificadas, não só para dar a conhecer, mas também para ninguém se enganar, já que há mais de 20 sabores diferentes — divididos entre os doces e salgados.

Este é o primeiro bistrô do mundo onde o menu é dedicado à manteiga (e nem o café escapa)
Este é o primeiro bistrô do mundo onde o menu é dedicado à manteiga (e nem o café escapa)

Estão todas numa vitrine à vista de quem entra e à mercê das tentações de quem é apaixonado por este ingrediente. O conceito surgiu graças a Shauna Lee Strecker, que em 2012 começou a estudar este ingrediente. Isto porque depois de fazer manteiga com leite de vaca não pasteurizado, provou uma manteiga como nunca se lembrava de ter comido. Para tentar perceber o porquê de esta ser diferente, foi investigar.

Este é o primeiro bistrô do mundo onde o menu é dedicado à manteiga (e nem o café escapa)
Este é o primeiro bistrô do mundo onde o menu é dedicado à manteiga (e nem o café escapa)

Foi então que percebeu que todas as manteigas de supermercado têm estabilizadores, pesticidas e outras substâncias que mantém este ingrediente fresco durante semanas. Mas fresco, não é sinónimo de saboroso.

E há uma razão para isso. Ao contrário da manteiga que Strecker tinha feito, com leite pasteurizado, rica em probióticos e bactérias úteis, as industrializadas são feitas com leite processado cujos componentes estão "mortos". 

À revista "Travel + Leisure", Strecker disse que o conceito de manteiga foi arruinado, e que havia algo a fazer. "Decidi tornar a manteiga bonita novamente". Em 2017 começou a fazer manteiga e a vendê-la para supermercados, fornecedores e restaurantes e só mais tarde, a 6 de setembro de 2018, é que decidiu abrir aquele que é o primeiro bistrô de manteiga do mundo.

Fica em Lyons, Colorado, nos Estados Unidos e a manteiga servida no Bella La Crema é produzida pela própria Strecker e é a própria que mói as especiarias que são adicionadas à manteiga durante os vários processos de fabricação. E o que é que inclui o menu?

Vários nomes de manteigas apresentados de forma poética, que tanto podem ser barrados no pão, como mergulhados nas bebidas quentes.

Para acompanhar a comida, o café é uma das opções da carta e, claro, com manteiga imersa no mesmo. Este pode ser pedido com qualquer um dos sabores de manteiga, como a doce "Monet's Garden", cujo sabor tem notas de lavanda, baunilha, rosa e noz-moscada. Estranho? Talvez, mas não falta quem prove esta opção.

Como há sempre alguém que diz "já não posso beber café se não, já não durmo", as infusões também podem acompanhar os pratos da carta. Uma delas é a "Hollidays Bourbon", e não é o nome do sabor do chá, mas sim da manteiga. Se até aqui ainda está a tentar habituar-se à ideia de bebidas com manteiga, então assimile mais esta: a manteiga Hollidays Bourbon é uma mistura de melaço, xarope de ácer, canela, baunilha e cravinho, tudo dentro do chá.

Há ainda uma manteiga doce com chocolate, para os mais gulosos, e nas salgadas a "Rosemary's Sage", com alecrim, alho e sal marinho, é a mais pedida para acompanhar o queijo grelhado. 

Além da carta, a decoração faz jus ao tema: há vacas desenhadas nas paredes, uma pequena estátua de uma vaca perto da cozinha e várias luzes em forma de vaca junto à janela.