Há estabelecimentos que encerram por falta de clientes ou por não reunirem condições higiénicas para estarem abertos ao público. No caso de uma steakhouse japonesa da Flórida, Estados Unidos, as razões que a levaram a fechar as portas são muito piores. Isto porque sete clientes suspeitavam de que haviam sido drogados através da comida que lá era servida – e isto acabou por ser comprovado.
O incidente ocorreu a 9 de junho, e, no dia seguinte, as autoridades do condado de Santa Rosa, onde o estabelecimento ficava sediado, iniciaram uma investigação, na sequência de relatos feitos por dois grupos distintos, uma família composta por quatro pessoas e um trio de amigos. E todos os testemunhos tinham uma coisa em comum: as sensações "estranhas" que sentiram depois do jantar, de acordo com o "Daily Mail".
Um casal de vítimas, Brandon e Jordan Gray, disse que a refeição correu dentro dos conformes, tendo apenas estranhado uma atitude do chef do estabelecimento, que insistia incessantemente na ideia de que a dupla tinha de provar o molho agridoce de soja – argumento que sustentava ao dizer que tinha inúmeros benefícios para a saúde. "Sem ser isso, como disse, estava tudo relativamente normal", contou Jordan, segundo o jornal britânico.
Mas, afinal, não estava tudo bem e o par só se apercebeu disso durante a noite. Isto porque foi a partir desta altura que começaram a lidar com os sintomas provenientes da metanfetamina presente na comida (que, por esta altura, ainda não sabiam que tinham consumido), dos quais se destacam o coração acelerado.
Como estavam perante um cenário "bastante assustador", ligaram a um amigo polícia que, imediatamente, ordenou que fizessem uma visita ao hospital, já que outra família que havia jantado naquele mesmo restaurante também lá estava. A par disto, estavam exatamente com os mesmos sintomas – e foi aqui que as peças do puzzle começaram a encaixar-se umas nas outras.
Depois de serem assistidos e testados, sete pessoas testaram positivo para metanfetamina, substância que também acabou por ser encontrada numa amostra de comida do restaurante. No seguimento da investigação, o restaurante, que estava fechado, acabou por reabrir, sendo que a polícia não conseguia ligar as acusações ao restaurante, mas a (má) fama com que ficaram levou a que fechassem portas a 7 de julho.
Ainda que, numa primeira instância, em comunicado, tivesse descartado o facto de estar ligado aos envenenamentos, o restaurante voltou ao Facebook para anunciar que iria ficar encerrado permanentemente, depois de "10 anos a servir a comunidade", alegando ter cooperado com as autoridades a partir do momento em que o incidente se tornou público.
"Estamos muito gratos aos clientes que voltaram para nos apoiar [depois dos relatos], mas, infelizmente, não foi suficiente para conseguirmos manter as portas abertas”, lê-se na publicação. "Desde então, temos sido brutalmente assediados, diariamente, por vários meios de comunicação, que ofenderam e difamaram todos os aspetos do nosso negócio", continua o comunicado, lamentando o encerramento deste "negócio familiar", que culminou no desemprego de 20 funcionários.
Contudo, até então, ninguém foi detido e também não foi feita nenhuma acusação na justiça. Isto porque, além de não haver testemunhas, as autoridades também não conseguiram confirmar se a comida do restaurante havia sido envenenada intencionalmente.