Provavelmente já ouviu falar deste nome: Greta Thunberg. A sueca de 16 anos criou o movimento #FridaysForFuture (sextas pelo futuro) que levou jovens estudantes de todo o mundo a faltar às aulas às sextas-feiras para reivindicar medidas políticas sobre as alterações climáticas.

A jovem que inspirou mais de 1,6 milhões de estudantes foi nomeada pela revista britânica "GQ" para o prémio "Game Changer of the year" a ser entregue na 22.º cerimónia dos prémios 'Homem do ano' da GQ, a 3 de setembro. A rapariga que tenta mudar o mundo considera que este não é um prémio só seu: "Este prémio é para todos os que estão no movimento "sextas pelo futuro", todos cuja escola está em greve pelo clima", refere a jovem de acordo com o jornal "The Independent".

O prémio foi criado pela primeira vez na terça-feira à noite, 6 de agosto, em Londres, para celebrar o trabalho que Greta tem feito para combater a crise global do clima. Desde o ano passado, já discursou na ONU, no Fórum Económico Mundial em Davos e também no parlamento britânico. Foi nomeada para o Prémio Nobel da Paz, fez capa na revista "Time" e conheceu o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

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Mas todo este percurso começou a 20 de agosto de 2018, depois das ondas de calor e dos incêndios na Suécia, quando Greta Thunberg decidiu que todas as sexta-feiras até às eleições gerais suecas — 9 de setembro de 2018 — em vez de ir para a escola, iria para a porta do parlamento. Desde essa data que Greta e jovens de todo o mundo que a acompanham na luta pelo ambiente têm reivindicando, entre outras coisas, que a Suécia cumpra com o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas.

"A destemida dedicação para aumentar a consciencialização sobre a crise global das alterações climáticas fez dela a personificação absoluta deste prémio e, em nome da GQ, não poderíamos estar mais orgulhosos em celebrá-la nos próximos prémios GQ 'Homem do ano'", refere Dylan Jones, editor da revista britânica.

E nem Donald Trump faz com que Greta tenha receio em avançar nesta luta e fala sobre o presidente americano na entrevista à GQ, que vai fazer parte da edição da revista em outubro. Ao presidente que retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris em 2017, a jovem diria que "precisamos de um movimento para fazer isto juntos. Porque uma só pessoa não consegue mudar a sua mente". Contudo, Greta reconhece de nada adiantaria, porque ele não ouve a ciência, os cientistas e os especialistas.

A concluir a entrevista, Greta Thunberg fala sobre o futuro, tema sobre o qual não é otimista nem pessimista. É apenas realista: "Fazer o melhor já não é bom o suficiente. Agora temos que fazer o que é aparentemente impossível ”.

A jovem sueca vai estar nas convenções das Nações Unidas, passando primeiro por Nova Iorque, em setembro, e depois por Santiago do Chile, em dezembro. Para de dirigir até ambos os destinos, Greta não vai andar de avião, devido à pegada de carbono que este meio de transporte produz, de acordo com o "The Guardian".