José Augusto Mota da Silva, de 32 anos, chegou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro na sexta-feira, 13 de dezembro por volta das 19h40, avançou o G1. O homem terá chegado às urgências a queixar-se de fortes dores, chegando mesmo a serem divulgadas imagens onde se pode ver José da Silva sentado com a cabeça inclinada para a esquerda, forma como acabou por morrer.
“Ele chegou lá a gritar de dor, pedindo atendimento e ninguém atendeu. Foi ficando lá, sentado. Até que morreu com o pescoço tombado”, revelou o pai da vítima. “Ele não merecia morrer daquela forma, sentado. Ninguém merece morrer que nem um bicho. É desumano”, acrescentou a irmã à mesma publicação.
De acordo com a sobrinha de José Augusto Mota da Silva, as idas à unidade de saúde eram frequentes. Há alguns meses que o homem se queixava de dores no estômago. José da Silva, que nunca recebeu um diagnóstico, já havia reclamado do atendimento das urgências.
“Segundo relatos iniciais dos profissionais, tudo aconteceu muito rápido, o paciente estava lúcido e entrou a andar na unidade, acompanhado por uma pessoa que informou não poder permanecer no local. Dados do sistema mostram que a classificação de risco foi feita às 20h30 e, poucos minutos depois, foi acionada a equipa médica devido ao paciente encontrar-se desacordado. Ele foi levado para a Sala Vermelha para atendimento, mas infelizmente não resistiu e foi constatada a paragem cardiorrespiratória. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal para apurar a causa do óbito”, pode ler-se no comunicado da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Perante o ocorrido, foi aberta uma investigação interna a cargo do Conselho Regional de Medicina. A Polícia Civil também está a acompanhar a investigação e já recolheu depoimentos, avançou o Terra.
Ainda não foi concluída a investigação, contudo, foi feito um despedimento em massa. 20 funcionários, entre os quais médicos e enfermeiros que estavam a trabalhar naquele turno, foram também despedidos.
“É inadmissível que não tenham percebido a gravidade do caso”, declarou o secretário de Saúde, Daniel Soranz, reforçando a gravidade do incidente.
José Augusto Mota da Silva morreu às 21h, uma hora e vinte minutos depois de chegar às urgências. O Instituto Médico Legal vai realizar a autópsia do corpo nos próximos dias, a fim de confirmar a causa da morte.