Iwao Hakamada, o prisioneiro mais antigo do mundo, foi absolvido por um tribunal japonês esta quinta-feira, 6 de setembro, 56 anos depois de ter sido condenado à morte. O homem foi acusado de ter assassinado o patrão, a mulher e os dois filhos adolescentes do casal em 1968.
Numa nova sessão de julgamento, o Tribunal Distrital de Shizuoka, no sudoeste do Tóquio, decidiu que o suspeito, de 88 anos, não era culpado, segundo avançou o "Daily Mail".
O homem começou por negar ser o autor dos crimes, mas chegou posteriormente a confessar depois de ter sido espancado e submetido a interrogatórios de 12 horas seguidas por dia. Em julgamento, declarou-se inocente e garantiu que a confissão tinha sido forçada.
Na altura, um conjunto de roupas manchadas com sangue encontradas um ano depois do crime estiveram no centro do julgamento e utilizado como prova para o incriminar. Afinal, as provas tinham sido falsificadas.
Hakamada permaneceu na prisão até 2014, altura em que o tribunal anulou a sentença devido a dúvidas sobre a veracidade das provas e ordenou um novo julgamento, algo muito pouco habitual no país asiático. As disputas legais, incluindo a resistência dos procuradores, fizeram com que o novo julgamento demorasse até ao ano passado.
Devido a problemas de saúde, o suspeito não esteve presente na sessão, mas foi representado pela irmã Hideko, de 91 anos, que fez várias vénias em sinal de respeito ao juiz Koshi Kunii.
Iwao é o quinto preso condenado à morte que tem a possibilidade de recorrer a um novo julgamento na história do Japão. Os quatro casos anteriores resultaram em exoneração.