Chama-se Simon Dorante-Day, tem 56 anos e desde 2016 que insiste que é filho de Carlos III, novo rei de Inglaterra, e Camilla Parker-Bowles, rainha consorte. Agora, com a morte de Isabel II, Simon volta a reclamar a legitimidade a um título real e exige mesmo que lhe seja feito um teste de ADN que, segundo ele, irá comprovar que é efetivamente filho de Carlos e Camilla.
Simon Dorante-Day nasceu em Portsmouth, no Reino Unido, a 5 de abril de 1966, tendo sido adotado aos 8 meses de idade. A família que o adotou mudou-se depois para a Austrália. Quem lhe revelou as alegadas raízes foi a avó adotiva, mesmo antes de morrer. Ela, que tinha trabalhado para a rainha Isabel II e o príncipe Filipe, revela a "Marie Claire".
Depois de saber pela avó quem eram os seus verdadeiros pais, Simon começou a expressar vontade de escrever à rainha Isabel II, exigindo a realização de um teste de paternidade. Mas nunca conseguiu. O alegado filho ilegítimo declarou que está a ponderar levar o rei a tribunal, uma vez que alega que foi escondido do mundo pela família real.
A versão de Simon Dorante-Day não bate, no entanto, certo com a versão oficial da História. Isto porque Simon nasceu em 1966 e Carlos e Camilla só se terão conhecido – oficialmente, pelo menos – em 1970, numa competição de polo, em Windsor. Três anos depois, em 1973, Camilla casa-se com Andrew Parker Bowles e só em 1980 é que Carlos começa o relacionamento com Diana, seguindo-se o casamento no ano seguinte.
Ainda assim, Dorante-Day continua convicto da sua genealogia e frisou que esta reivindicação é fruto de décadas de investigação. Mas Simon sempre teve a sensação de que a família real estava acima da lei, e por isso nunca conseguiu provar a sua tese. "Houve uma discussão entre mim, um juiz e um advogado sobre o posicionamento legal de Carlos e se o monarca seria protegido pela lei ou se estaria acima dela”, revelou à “7News”. A resposta, segundo os especialistas com quem falou, era de que não. “Eles disseram-me que não viam nenhuma razão para ele o estar [acima da lei]. E, em segundo lugar, Camilla e a sua família certamente não estão acima da lei”, acrescentou.
O falecimento da rainha (alegada avó) foi uma das razões que o levaram a falar publicamente sobre as suas convicções. No entanto, a frustração adensou-se com a mudança dos títulos de William, o alegado irmão, que passou a ser príncipe de Gales. "Foi um murro no estômago", revelou Simon Dorante-Day à mesma publicação.
Mas o que aconteceria se se viesse a comprovar que Simon é mesmo filho de Carlos e Camilla, atuais reis? Teria direito ao trono? “Os filhos nascidos fora do casamento não têm direito ao trono, mesmo com o casamento subsequente dos pais”, explicou Elizabeth Anne Nield, citada pelo "Latin Times".
Mais alegados filhos ilegítimos da realeza
Este caso não é único na realeza britânica. Robert Brown acredita que a princesa Margaret, a irmã da rainha Isabel II, era a sua mãe, segundo o "Daily Mail". O homem, hoje com 67 anos, crê que a condessa de Snowdon escondeu os últimos meses de gravidez recorrendo a um duplo. Depois do nascimento, afirma que foi enviado para o Quénia para ser criado – algo que nunca chegou a ser confirmado.
Ainda no seio da família real britânica, já houve especulações de que Harry não seria filho de Carlos III. Numa entrevista, Lady Di até confessou ter tido um caso com o oficial do exército, James Hewitt, avança a "People", a quem o público atribui algumas semelhanças com o duque de Sussex – mais uma vez, nunca se comprovou.
Do príncipe do Mónaco, Alberto II, não se pode dizer o mesmo – sendo que já assumiu e apoia financeiramente dois filhos ilegítimos. Em maio de 2005, revelou que era o pai biológico de Alexandre, cuja mãe é Nicole Coste, uma ex-assistente de bordo. Já no ano seguinte, um teste de paternidade confirmou que o príncipe é o pai de Jazmine Grace, fruto de um caso com Tamara Rotolo, uma agente imobiliária americana, que conheceu durante umas férias no sul de França.
Como se dois filhos ilegítimos não bastassem, Alberto II tem em mãos um novo processo, cujo veredito final visa o reconhecimento da paternidade de mais uma menina, atualmente com 15 anos, que adveio de uma relação de duas semanas, em 2004. Embora negue as reivindicações, a mulher e a alegada filha do príncipe exigiram um teste de paternidade.