O líder norte-coreano Kim Jong-Un estará em estado crítico após uma cirurgia ao coração, de acordo com informações que têm sido avançadas pela CNN, que cita fontes próximas da CIA. A situação não foi confirmada nem desmentida pelo regime de Pyongyang, mas desde que as notícias começaram a surgir o líder da Coreia do Norte continua sem aparecer em público, o que reforça a ideia de que estará num estado de saúde bastante débil.

A discussão que se instalou agora tem a ver com uma hipotética sucessão de Kim Jong-Un, e quem aparece na primeira linha é Kim Yo-Jong, irmã do ditador. Mas quem é esta mulher?

Nascida a 26 de setembro de 1987, Kim Yo-Jong é a quinta filha do ex-líder norte-coreano Kim Jong II, e também a mais nova. A sua mãe era Ko Yong Hui, a segunda amante do ex-líder da Coreia do Norte.

Yo-Jong tinha 9 anos quando foi enviada para Berna, na Suíça, para estudar. Foi aí que estabeleceu uma ligação com o seu irmão mais velho, Kim Jong-Un, por terem partilhado casa. No ano 2000, voltou à Coreia do Norte e desde então pouco se sabe sobre as suas atividades políticas ou sociais. No entanto, o seu futuro político como parte da dinastia familiar foi traçado logo em 2002, quando o seu pai disse que Kim Yo-Jong queria seguir uma carreira política na Coreia do Norte.

Kim Jong-Un estará internado e em estado grave devido ao excesso depois de operação cirúrgica
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Em 2007, quando tinha 20 anos, Yo-Jong integrou o comité da juventude do partido comunista da Coreia do Norte. No ano seguinte, juntou-se ao seu pai como assessora e ajudou a planear a ascensão do seu irmão à posição de Líder Supremo, que aconteceu em 2011, quando o pai faleceu. Desde que o irmão assumiu o poder, Kim Yo-Jong apareceu algumas vezes ao seu lado, em vários momentos importantes, incluindo nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018, que se realizaram na Coreia do Sul. Apareceu também com o irmão nas duas cimeiras com Donald Trump, em Singapura e no Vietname.

A única mancha negra na carreira de Kim Yo-Jong, até o momento, foi na segunda cimeira de Trump, onde o seu irmão a culpou pelo fracasso das negociações. Essa cimeira criou grandes expectativas sobre um possível acordo entre Trump e Kim para um possível término da atividade nuclear na península coreana. Contudo, a cimeira não teve sucesso, tendo terminado antes do previsto sem qualquer acordo. Como resultado, Kim Jong-Un removeu a irmã do quadro de decisões políticas mas, segundo os meios de comunicação estatais da Coreia do Norte, na semana passada ela foi reintegrada.

Também foi Kim Yo-Jong que agradeceu publicamente a Donald Trump por ter enviado uma carta a Kim Jong-Un a oferecer ajuda no combate à pandemia da COVID-19 e a reforçar a relação dos países.

Contudo, alguns especialistas acreditam que a estrutura da Coreia do Norte indica que uma mulher nunca poderia assumir o controlo do país. Leonid Petrov, especialista na Coreia do Norte e professor sénior do International College of Management em Sydney, disse à "VICE News" que, no caso de Kim Jong-Un morrer, Yo-Jong pode estar em perigo.

Há também outros especialistas que acreditam que as suas recentes atividades no cenário internacional, juntamente com a sua linhagem com os líderes anteriores, fazem dela a candidata óbvia.