Depois da Casa da Moeda, os assaltantes de "La Casa de Papel" voltaram a vestir os macacões vermelhos e as máscaras de Salvador Dali para roubar o Banco de Espanha. Uma vez dentro do edifício, encontram o desafio mais difícil das suas carreiras: é que o cofre onde está armazenado o ouro tem um sistema de inundação automática para proteger o local de entradas indevidas.

Para isso, os assaltantes vão munidos de botijas de oxigénio e material de mergulho. Mas aquilo que parecia um cenário típico dos filmes de James Bond é, na verdade, baseado num método real usado pelo banco espanhol em caso de assalto.

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Quem o diz é um porta-voz do Banco de Espanha contactado pela revista "Bloomberg" a propósito da popularidade da nova temporada da série.

No entanto, segundo conta, o sistema de inundação é apenas um dos obstáculos do plano de segurança. "Os ladrões da terceira temporada de 'La Casa de Papel' atravessam por uma porta blindada para chegar ao ouro mas, na realidade, há três portas", lê-se.

A primeira pesa mais de 16 toneladas e, segundo a mesma publicação, está desenhada para fechar perfeitamente sem qualquer interferência. "Os encaixes foram construídos de forma perfeita e precisa, o que significa que até um pedaço de lixo seria o suficiente para impedir que a primeira porta selasse", escreve a mesma publicação.

É na secção intermédia do cofre que é possível chegar ao ouro espanhol. O acesso é feito por um elevador que desce até uma profundidade de cerca de 35 metros onde está localizada a câmara secreta — e a única a ser inundada pelos sistemas de segurança em caso de tentativa de assalto.

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Segundo o Banco de Espanha, em declarações à "Bloomberg", este sistema foi criado em meados de 1930 numa altura em que não existiam ainda sistemas de videovigilância. Por isso, todos os métodos de segurança consistiam apenas em pôr barreiras físicas — e fatais — entre o ouro e os assaltantes.

Apesar da relativa facilidade com que os criminosos de "La Casa de Papel" invadem a câmara secreta do banco, a mesma fonte oficial garante que desde que foi criado este sistema, "nunca houve nenhuma tentativa de entrada sem autorização" na câmara secreta.