Mais de 1.500 cães considerados perigosos têm sido abatidos nos últimos dois anos ao abrigo da Lei dos Cães Perigosos, aplicada no Reino Unido, sem apresentarem qualquer comportamento de perigo, segundo uma investigação da Sky News. Só este ano, foram abatidos centenas de animais apreendidos pela polícia e muitos deles "desnecessariamente".

"Temos esta legislação há 30 anos e ainda vemos cães a serem sacrificados desnecessariamente", disse ao canal de televisão britânico Sam Gaines, especialista em bem-estar canino da associação Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals (RSPCA). Sam Gaines considera que o governo devia acabar com a "legislação específica da raça", formulada em 1991, uma vez que os cães têm sido abatidos "com base na sua aparência" e "a grande maioria não representa um risco para a segurança pública". 

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Segundo Sam Gaines, não existem raças agressivas, essa característica é influenciada pela forma como os animais são criados e as suas experiências de vida.

Dos 5.333 cães considerados perigosos de acordo com a lei (o Pit Bull Terrier, o Tosa japonês, o Dogo Argentino e o Fila Brasileiro) apreendidos pelas autoridades americanas desde 2019, 1.525 foram abatidos (425 entre janeiro e novembro de 2021, segundo os dados oficiais do Reino Unido) — embora os números devam ser superiores devido ao facto de algumas forças policiais terem recusado revelar o número de cães detidos e mortos.

Para travar o abatimento desnecessário de animais de raças "perigosas" — que, apesar de tudo, tem vido a diminuir desde 2019 —, é recomendado que os donos recebam formação obrigatória como condição para a compra de um cão, de acordo com um estudo desenvolvido pela Universidade de Middlesex.

O mesmo estudo demonstrou que não são só as raças ilegais que representam um risco para a segurança pública: Jack Russell terriers, labradores e pastores alemães também estiveram envolvidos em incidentes, o que reforça a ideia de Sam Gaines sobre o facto de o comportamento agressivo de um cão depender da forma como "foram criados, como foram educados e das suas experiências de vida".

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