Um menino de 12 anos, residente em Monte Mor, Brasil, foi morto pelo padrasto no sábado, 27 de abril, depois deste o obrigar a fazer vários exercícios físicos supostamente corretivos, alegando que o objetivo era fazer com que Luís Fellipe Darulis, a criança, deixasse de gostar de bonecas. Segundo o jornal “Globo”, o padrasto, identificado como Cirilo Abe Barreto, enquanto ordenava o menino a fazer duros exercícios físicos, também lhe batia com um pedaço de madeira.
Ao que tudo indica, foi a mãe da criança que encontrou o menino inanimado no chão de casa assim que entrou. Segundo a Polícia Civil, citada pelo “Jornal de Brasília”, o padrasto, que era professor de ensino secundário, encontrava-se sozinho com Luís Fellipe em casa, obrigando-o a fazer uma sessão contínua de agachamentos para “tentar curá-lo” da sua atração por brinquedos supostamente mais femininos. Ao mesmo tempo, quando tentava parar, a criança era agredida com um pedaço de madeira nas pernas.
A mãe disse ao jornal que, quando chegou a casa, Luís Fellipe estava “desacordado, molhado e coberto de vómitos”, e, apesar de ter levado o filho diretamente para as urgências, o menino chegou já morto à unidade de saúde. A polícia acabou por deter Cirilo Abe Barreto no hospital, de acordo com o “Globo”, que foi levado para a esquadra depois de os médicos perceberem que o menino tinha sido espancado, onde o homem acabou por confirmar que tinha tentado “corrigir a criança”.
"As informações foram fornecidas pelo próprio padrasto, que afirmou que a criança foi obrigada, como corretivo de uma atitude de desrespeito, a realizar agachamentos e, por agir com 'graça e zombando' do que estava acontecendo, foi agredido com uma ripa de madeira, com batida na perna, o que se repetiu mais de uma vez", lê-se no comunicado oficial, citado pelo jornal brasileiro.
O funeral de Luís Fellipe ocorreu na segunda-feira, 29 de abril, no Cemitério Municipal de Monte Mor. À EPTV, citada pelo mesmo jornal, um dos professores do menino confessou que Luís Fellipe sempre gostou de brincar com bonecas, e que já tinha ouvido a criança a dizer que o padrasto o punia.
“Às vezes, a gente como professor escutava a frase que o padrasto não gostava dele, que ele sofria puxadas de orelha, que se alguma coisa acontecesse na escola e chegasse ao ouvido do padrasto ele ia sofrer algumas broncas”, disse. Em 2023, a escola já tinha formalizado uma denúncia por suspeita de maus tratos, segundo o “Globo”.
Também na segunda-feira, Fernando Bueno, inspetor da Polícia Judiciária de Monte Mor, disse aos meios de comunicação brasileiros que a polícia está a investigar um possível crime por homofobia.
"Vamos chamar outras testemunhas ligadas ao vínculo familiar deles, da família da criança, para saber como seria essa relação criança e padrasto, e tudo que está em torno disso. Tudo vai ser investigado, inclusive essa possibilidade de envolver homofobia", disse, citado pelo mesmo meio de comunicação.