Françoise Hardy, cantora, atriz e modelo francesa de 80 anos, que ficou conhecida nos anos 60 depois de dar voz ao êxito “Tous les Garçons et les Filles”, morreu esta terça-feira, 11 de junho. Apesar de a causa da morte da artista, que foi um dos grandes nomes do yé-yé, um estilo de música pop, não ter sido revelada, sabia-se, segundo o “EuroNews”, que Françoise sofria de cancro na faringe desde 2018, e que inclusive tinha pedido para ser eutanasiada. 

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A notícia foi avançada pelo filho da cantora, Thomas Dutronc, nas redes sociais. “A mãe foi-se”, escreveu o filho, publicando uma fotografia de quando era bebé ao lado da mãe, e os comentários deixados pelos seus seguidores são todos a dar uma palavra de força. “Estamos todos contigo, ficámos todos órfãos hoje”, lê-se. Thomas perdeu a mãe cinco dias antes de completar 51 anos de idade, e para trás Françoise Hardy deixa também o marido, o músico e compositor Jacques Dutronc, com quem era casada há 43 anos. 

Em dezembro de 2023, segundo o jornal “Expresso”, Françoise Hardy escreveu uma carta ao presidente francês, Emmanuel Macron, a pedir a legalização da eutanásia, depois de estar a lutar contra um linfoma desde 2004 e um cancro na faringe desde 2018. O estado de saúde da cantora agravou-se três anos depois, em 2021, e foi no final do ano que passou que decidiu expor a sua decisão. Françoise Hardy pediu ao presidente para ter “empatia”, lembrando a sua própria mãe, Madeleine, que sofria da doença de Charcot e foi ajudada da mesma maneira. 

“Graças a dois médicos corajosos e compreensivos, ela não teve que testemunhar o fim de uma doença incurável. Quero partir em breve e de maneira rápida”, pediu, segundo o “La Tribune” citado pelo jornal português. "Estou constantemente a sofrer de problemas respiratórios, de asfixia, para não falar de hemorragias nasais intermináveis. Não tenho medo de morrer, mas tenho muito, muito medo de sofrer", chegou também a dizer, de acordo com o “Correio da Manhã”. 

Nascida em 1944, em Paris, Françoise Hardy assinou um contrato com uma editora quando ainda era adolescente, e foi em 1962 que lançou o seu primeiro êxito, “Tous les Garçons et les Filles”. A balada, segundo o “Euronews”, chegou ao topo das tabelas da indústria musical francesa, assim como outros êxitos como “Je Suis D’Accord”, “Le Temps de L’Amour” e “Mon Amie La Rose”. A sua ascensão foi notória nos anos 60 e a cantora foi um dos rostos principais do movimento yé-yé, uma geração de artistas pop do pós-guerra, tendo gravado os seus trabalhos também em inglês, alemão e italiano. 

Françoise Hardy rapidamente se tornou também um ícone da moda, tendo feito trabalhos de modelo para estilistas como Yves Saint Laurent e Paco Rabanne. Além disso, deu alguns passos no mundo da representação e, em 1966, foi protagonista do filme “Grand Prix”, de John Frankenheimer. Ao longo da sua carreira, a artista teve muitos admiradores, incluindo Mick Jagger, que lhe chamou a "mulher ideal", David Bowie, que admitiu estar "perdidamente apaixonado" por ela, e Bob Dylan, que se dirigiu a ela com um poema na contracapa do seu primeiro álbum, "Another Side of Bob Dylan".