Parece uma história de um filme, mas é bem real: Sonja Semyonova, de 45 anos, da Ilha de Vancouver, no Canadá, diz que se apaixonou por um carvalho – sim, isso mesmo, a árvore. Esta história de amor fez com que se assumisse como ecossexual e a sua história está a rodar o mundo.

Antes disso, vamos a contextos. O termo ecossexualidade existe, pelo menos, desde o início dos anos 2000, tendo sido utilizado numa primeira instância para descrever pessoas interessadas em vegetarianismo e ambientalismo. Graças a Beth Stephens e Annie Sprinkle, autoras do documentário "Water Makes Us Wet", de 2018, a palavra começou a ser associado a uma nova identidade sexual, da qual pessoas como Sonja Semyonova são adeptas.

Semyonova, que é especialista na área da sexualidade e no storytelling erótico, começou a ter desejos por plantas depois de se mudar para a Ilha de Vancouver em 2020. E foi nessa altura, em pleno confinamento devido à pandemia da COVID-19, que avistou um carvalho gigante ao levar a cabo os seus passeios higiénicos pela natureza.

"Passei por um caminho perto da árvore cinco dias por semana durante o inverno todo", disse a mulher à agência de notícias britânica SWNS, citada pelo "New York Post". "Apercebi-me de uma ligação com a árvore. Encostava-me a ela", continuou.

No entanto, aquela que parecia ser uma simples ligação tornou-se algo mais forte: uma atração. "Havia um erotismo em ter algo tão grande e tão velho a agarrar-me nas costas", disse a mulher à agência de notícias britânica SWNS, referindo-se ao seu fetiche por aquela árvore.

Além disso, acrescenta que aquilo que sente pelo carvalho é o que sempre procurou num parceiro, mas que se trata de algo fantasioso no que toca aos humanos. "Eu andava a desejar aquela onda de energia erótica que se sente quando se conhece um parceiro novo e isso não é sustentável", diz, citada pela mesma publicação.

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Mas desengane-se se acha que a mulher se envolve em atos sexuais com a árvore, porque não é disso que a ecossexualidade se trata. "É uma forma diferente de explorar o ato erótico", explica, dizendo que "observar a mudança das estações" é um desses exemplos e que, apesar de haver "semelhanças entre o sexo com as pessoas e o erotismo que os ecossexuais sentem com a natureza", não são a mesma coisa.

"Há uma razão para querermos fazer piqueniques em parques e caminhadas na natureza. O que não nos apercebemos é que a razão pela qual queremos fazer isso é para aproveitar a força vital que vem dessas coisas, que é o erótico. Acredito que poderíamos ganhar com uma relação mais simbiótica com a natureza", remata.