Blanca Arellano, 51 anos, foi encontrada morta e desmembrada a 9 de novembro na cidade de Huacho, no Peru, depois de ter estado desaparecida durante dois dias. A mulher mexicana havia viajado para o país para conhecer pessoalmente o namorado, com quem mantinha uma relação online há vários meses.
O namorado, Juan Pablo Jesús Villafurte, estudante de Medicina, é o principal suspeito do crime e foi preso no passado dia 17 de novembro pelas autoridades peruanas. Terá sido a última pessoa a ver Blanca com vida.
"Juan Pablo Villafuerte foi preso sob acusação de tráfico de órgãos humanos", disse o procurador-geral do Peru, Zoraida Ávalos, citado no “The Daily Beast”. De acordo com o “El País”, os investigadores acreditam que o suspeito não agiu sozinho, uma vez que os cortes feitos na desfiguração do rosto não têm irregularidades, o que aponta terem sido feitos por um especialista.
Quem deu conta do desaparecimento de Blanca foi Karla Arellano, a sobrinha da vítima, que depois de dois dias sem ter resposta da tia decidiu contactar Juan e partilhar a história na rede social Twitter.
“Ele argumenta que no domingo a minha tia decidiu regressar ao México”, escreveu Karla na publicação do Twitter, partilhando várias capturas de ecrã das mensagens trocadas com Juan. “Eles estavam em Huacho e ela partiu para Lima para mais tarde vir para o México, mas isso não aconteceu”, escreveu.
“Tenho a certeza que o telemóvel não está a funcionar ou que ela ficou sem bateria”, pode ler-se na mensagem enviada por Villafuerte.
De acordo com o “El País”, a 9 de novembro, o corpo de Blanca deu à costa: um pescador encontrou uma cabeça sem rosto a flutuar nas águas do porto de Huacho, seguindo-se um braço e um tronco sem órgãos. O que permitiu identificar a vítima foi um anel de prata, igual ao que Blanca utilizava nas fotografias publicadas nas redes sociais, encontrado a flutuar num dedo.
A 15 de novembro, os agentes do Departamento de Investigação Criminal peruano revistaram a casa de Juan Villafuerte onde encontraram vestígios de sangue na casa de banho, na lavandaria, em produtos de limpeza e num colchão. Encontram ainda roupas de mulher, malas e uma bandeira do México.
“Não temos palavras para expressar aquilo que estamos a viver”, escreveu Karla Arellano no Twitter. “Acreditamos nas leis peruanas e temos plena confiança nas autoridades para conseguir [que se faça justiça], uma vez que têm feito um trabalho impecável até agora. É hora de levantar a voz e pedir #JusticiaParaBlanca”, escreveu.