Esta terça-feira, 14 de fevereiro, Nikki Hailey, ou Nimrata Nikki Randhawa (nome de nascimento), de 51 anos, anunciou a sua candidatura à presidência norte-americana através de um vídeo publicado no Twitter. A antiga embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas e ex-governadora da Carolina do Sul torna-se, assim, a primeira candidata a desafiar Donald Trump para as nomeações do Partido Republicano em 2024.

"Algumas pessoas olham para a América e veem vulnerabilidade. A esquerda socialista vê uma oportunidade de reescrever a história. A China e a Rússia estão em marcha. Todos eles pensam que podemos ser intimidados", disse a candidata que terminou o vídeo do anúncio com uma frase curiosa. "Devem saber isto sobre mim: eu não aturo bullies. E quando lhes batemos de volta, dói-lhes mais se estivermos a usar saltos".

Nikki é conhecida por ter apoiado a agenda de política externa de Trump na ONU, tendo inclusive afirmado, em 2021, que não iria concorrer para o cargo se o antigo presidente o fizesse, recorda a Bloomberg. Contudo, no seu vídeo de candidatura declarou que "os republicanos perderam o voto popular em sete das últimas oito eleições presidenciais", e que "isso tem de mudar".

Filha de pais indianos imigrantes nos Estados Unidos, Hailey nasceu e foi criada na Carolina do Sul. Formou-se em finanças na Universidade de Clemson, e após ter terminado o curso, trabalhou durante alguns anos no negócio da família, uma loja de roupa, onde também já tinha trabalhado enquanto adolescente. Em 1994 casou-se com Michael Haley, que combateu na guerra do Afeganistão. O casal tem dois filhos. Rena, de 25 anos e Nalin, de 21.

Em 2004, foi eleita para a Casa dos Representantes, do lado dos republicanos, cuja campanha defendia controlo na imigração, redução de impostos, e restrições ao aborto. Em 2010, concorreu para governadora da Carolina do Sul, cargo que veio a assumir em 2011, tornando-se a primeira mulher e a primeira pessoa de uma minoria étnica a vencer as eleições do estado norte-americano. De acordo com a "Britannica", Nikki orgulha-se de ter conseguido com que a taxa de desemprego da Carolina do Sul atingisse o valor mais baixo em 15 anos durante o seu mandato, fazendo com que a economia crescesse. Foi reeleita em 2014.

Haley foi ganhando reconhecimento dentro do Partido Republicano, e em 2016, foi escolhida por Donald Trump para ser a embaixadora americana da ONU, tendo acabado por abandonar o cargo em 2018.

É autora dos livros "Can’t Is Not an Option: My American Story" (2012), "With All Due Respect: Defending America with Grit and Grace" (2019), e ainda, "If You Want Something Done: Leadership Lessons from Bold Women" (2022). Para além disso, de acordo com o Instagram da candidata à presidência, Nikki Haley gosta de praticar desporto.

Antes de chegar à corrida à Casa Branca, Hailey terá ainda pela frente as primárias, que culminarão com a Convenção Nacional Republicana, em julho de 2024, da qual sairá o nome do candidato escolhido. Nos Estados Unidos, vigora um sistema presidencialista. O voto é indireto, e cada estado tem um peso diferente, contabilizado de acordo com a população. Quem se torna chefe de Estado não é quem reúne mais votos dos cidadãos, mas sim quem é escolhido pelo colégio eleitoral, sendo que o candidato vencedor precisa de obter, pelo menos, 270 votos dos 538 delegados que constituem o colégio eleitoral.

Cada delegado encontra-se a representar um estado, sendo que para cada um podem existir mais ou menos delegados. A Califórnia, por exemplo, tem 55. No fundo, os cidadãos votam nos delegados, que por sua vez votam entre si para decidir o presidente.