É mais um daqueles casos em que os nossos olhos nos pregam uma partida. À primeira vista, o mar parece estar agitado, com ondas gigantes, mas, com mais atenção, é percetível que se trata do céu e não do oceano. Está em causa um fenómeno raro que acontece nas nuvens.

Estas nuvens, que mais parecem ondas, foram fotografadas no estado do Wyoming, nos Estados Unidos, na terça-feira, 6 de dezembro. "Era especial e soube imediatamente que precisava de fotografar", disse Rachel Gordon, a autora da imagem, à BBC News.

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Gordon captou o momento quando estava nas traseiras da casa dos pais. "Estou feliz por os outros também poderem aproveitar a experiência", afirmou. As nuvens apareceram desta forma logo acima das montanhas Bighorn, uma cordilheira no norte do Wyoming e sul do Montana, na cidade de Sheridan.

Esta formação de nuvens tem a designação de instabilidade Kelvin-Helmholtz, assim denominada graças aos cientistas que estudaram o fenómeno, Lord Kelvin e Hermman von Helmholtz. Também conhecidas como "fluctus clouds" ("nuvens flutuantes"), assemelham-se ao que surge no céu da obra "Noite Estrelada" de Vincent Van Gogh, de 1889.

Van Gogh Noite Estrelada
créditos: Twitter

A existência deste fenómeno deve-se à forma como o ar circula. Para o perito em meteorologia da BBC, Matt Taylor, as fotografias de Rachel Gordon são um dos exemplos mais épicos das nuvens Kelvin-Helmholtz que já viu. "Parte da beleza das nuvens Kelvin-Helmholtz é que elas mostram mesmo a fluidez da atmosfera", adiantou ao mesmo meio.

Para Matt Taylor, esta formação de nuvens evidencia "como, tal e qual ondas no oceano, a atmosfera se move e responde ao ambiente circundante". "O ar está mesmo a subir e depois a tombar sozinho", concluiu, sobre este fenómeno raro e de cortar a respiração.