A Pfizer, empresa farmacêutica multinacional com sede em Nova Iorque, procura atualmente aprovação dos reguladores dos Estados Unidos da América para uma terceira dose da vacina contra a COVID-19. O anuncio foi feito esta quinta-feira, 8 de julho, pela empresa que justificou que outra inoculação em 12 meses poderia aumentar a imunidade.

"Em agosto, a Pfizer  planeia pedir à Food and Drug Administration  [FDA, a entidade responsável pela aprovação de medicamentos nos EUA] uma autorização de emergência para uma terceira dose", disse o cientista da farmacêutica, Mikael Dolsten, em declarações à agência noticiosa norte-americana "AP", citado pelo "Jornal de Notícias".

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A intenção do pedido surge após as primeiras impressões de um estudo de reforço de vacinação da Pfizer ter demonstrado que os níveis de anticorpos das pessoas aumentam de cinco para dez vezes mais após uma terceira dose, em comparação com a segunda, escreve o mesmo jornal. De acordo com o cientista, a terceira dose é importante para combater a variante Delta porque "quando os anticorpos cedem, a variante Delta pode eventualmente provocar uma leve infeção antes que o sistema imunológico se manifeste".

Com base nesta notícia, Miguel Prudêncio, investigador do Instituto de Medicina Molecular, explica, em entrevista à "Antena 1", que a eficácia da vacina para a doença grave continua alta, na ordem dos 95%, mesmo perante a variante Delta. Na opinião do investigador, o pedido feito pela Pfizer ao regulador dos EUA pode ser uma medida de precaução para o futuro pois ainda não há dados suficientes que mostrem a necessidade de ser administrada uma terceira dose da vacina, notícia a "RTP".

Quanto à possível autorização dada pela FDA, um especialista em vacinação do Centro Médico da Universidade da Vanderbilt  disse, em entrevista  à "AP", que este seria apenas um primeiro passo e não significaria que os norte-americanos recebessem o reforço automaticamente.

"As vacinas foram concebidas para nos manter fora dos hospitais. Administrar outra dose seria um grande esforço, pois, neste momento, estamos a esforçar-nos para dar às pessoas a primeira dose", explicou, citado pelo "JN".