Omar Awan, 48 anos, estava a conduzir um Tesla elétrico azul, modelo S, quando perdeu o controlo, atravessou uma estrada no sul da Flórida, nos Estados Unidos, e bateu contra uma palmeira. O caso remonta a fevereiro e resultou numa vítima mortal. A família, porém, acredita que não foi o embate que matou Omar, mas sim as características futuristas do automóvel. Por isso mesmo, abriram um processo contra a empresa americana.

A bateria de ião lítio do Tesla começou a arder e as portas não se abriram. O advogado da família, Stuart Grossman, afirmou que o fumo e as chamas que invadiram o carro levaram à morte do condutor por asfixia. Os resultados da autópsia médica, obtidas pelo "The Washigton Post", confirmaram isso mesmo: "Inalação de produtos de combustão com uma causa contributiva da morte de ferimentos térmicos".

A família de Omar fez uma denúncia à empresa por não informarem os consumidores dos defeitos do modelo S que, acreditaram, causaram a morte do condutor por negligência. Na queixa pode ler-se: "O incêndio envolveu o carro e queimou Awan. Tudo porque o modelo S tem maçanetas inacessíveis, sem outra maneira de abrir as portas e um risco de incêndio irracionalmente perigoso".

No exterior várias pessoas juntaram-se — incluindo um polícia, que chegou pouco depois da colisão do veículo — e tentaram intervir, mas não conseguiram ajudar. As maçanetas das portas do carro automático não permitiam abrir as portas e ninguém conseguiu salvar Awan.

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O advogado contou que o anestesista, e pai de cinco filhos, poderia ter comprado um Mercedes, mas comprou o modelos S por ser ambientalista e consciente da segurança. A empresa automóvel de veículo elétrico tinha divulgado que o modelo S havia alcançado “a melhor classificação de segurança de qualquer carro testado”.

A equipa de relações públicas da empresa não responderam ao processo, aberto em outubro, e os advogados ainda não responderam em tribunal. Após o acidente, a empresa lamentou ao jornal "Florida Sun-Sentinel" o sucedido e afirmou que "os veículos da Tesla são projetados para serem os carros mais seguros do mundo". O fabricante da marca argumentou ainda que acidentes em alta velocidade podem resultar em incêndios, independentemente da marca.

Após ao despiste, os bombeiros apagaram o incêndio, o Tesla foi transportado para o pátio de uma sucata e uma vez mais voltou a explodir.

Este não é o único caso de morte alegadamente provocado por motivos tecnológicos da Tesla. Um acidente em maio também matou dois jovens e em abril algumas imagens de vigilância de uma garagem de Xangai tornaram-se virais ao mostrar fumo dentro de um Tesla modelo S, que acabou por explodir em chamas. O vídeo levou a empresa a abrir uma investigação interna.