No mesmo mês em que se celebra o Orgulho LGBTQ+, o presidente da República Checa, Milos Zeman, faz afirmações polémicas sobre a comunidade.

Numa entrevista à CNN Prima, uma filiada da CNN, que tocou pontos como a lei húngara que proíbe a divulgação de quaisquer conteúdos LGBTQ+ a menores de 18 anos, o presidente disse considerar as pessoas transgénero "nojentas", dizendo também estar "irritado com as sufragistas, o movimento #MeToo e o (festival) Pride Praga".

"Eu consigo perceber os homossexuais, as lésbicas e por aí. Sabe quem é que eu não consigo compreender? Os transgénero", disse Milos Zeman este domingo, 27 de junho. A afirmação aconteceu quando o presidente da República Checa foi questionado sobre uma lei aprovada a 15 de junho na Hungria que proíbe a divulgação de conteúdos LGBTQ+ a menores de 18 anos. Em resposta, além de dizer que não compreende as pessoas transgénero, Milos Zeman argumentou: "Se uma pessoa se submete a uma operação de mudança de sexo, está a cometer um crime de automutilação. Cada operação é um risco e, para mim, os transexuais são nojentos", referiu. 

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Após a lei em causa ser aprovada, 13 países da União Europeia desenvolveram uma carta (que Portugal optou por não assinar) contra a lei húngara, que descreveram como "discriminatória para as pessoas LGBT", e enviaram-na à Comissão Europeia. Sobre a oposição dos países relativamente a esta nova lei, o presidente da República Checa mostra-se do lado do político húngaro Viktor Orbán, líder do partido Fidesz, que tem uma posição ultraconservadora em temas sociais.

"Penso que interferir em assuntos internos de qualquer Estado-membro da União Europeia é um erro político crasso que vai atingi-los na cabeça como um boomerang, porque cada país tem algo que pode ser motivo de críticas", disse Milos Zeman e acrescentou: "Viktor Orban diz que não é contra os homossexuais, mas sim contra a manipulação não só dos pais, mas também das crianças na educação sexual". "Não vejo razões para discordar dele, porque estou completamente irritado com as sufragistas, o movimento Me Too e o (festival) Pride Praga", finalizou.