Choupette pode não ser a gata mais famosa do mundo mas será, certamente, a primeira a ter direito a três empregadas só para si. Karl Lagerfeld, antigo diretor criativo da Chanel, morreu esta terça-feira, 19 de fevereiro, e foi à gata a quem deixou parte da sua herança (avaliada em cerca de 170 milhões de euros) já que nunca casou e nem teve filhos.
Se dúvidas houvesse do seu apreço pelo animal, era nas entrevistas que o estilista falava da importância de Choupette tinha na sua vida — e chegou mesmo a afirmar que era uma pena um humano não poder casar com um animal.
"Ela [a Choupette] tem uma personalidade muito forte e é como uma mulher bem cuidada. Tem uma personalidade muito forte, almoça e janta comigo à mesa porque não gosta de comer no chão. Mas nunca toca na minha comida. Além de dormir debaixo de uma almofada, ainda sabe usar um iPad", contou Lagerfeld à revista "GQ" em 2012.
Além de ter uma conta de Instagram, que soma mais de 200 mil seguidores e onde vai sendo vista a viajar em aviões privadas ou repleta de luxos, a verdade é que Lagerfed tratava a sua gata como se fosse uma pessoa.
"Ela é como um ser humano, a parte boa é que é muito silenciosa e não fala demasiado. É um animal de características específicas: não gosta de outros animais e odeia crianças, por exemplo", revelou o estilista à mesma publicação.
Mas esta foi uma relação que começou de forma esporádica e nem mesmo Lagerfeld esperava algum dia vir a apaixonar-se por um animal que não lhe pertencia. Tudo aconteceu em meados de 2011, quando o modelo Baptiste Giabiconi pediu ao estilista de alta costura que fosse ele a cuidar da gata durante duas semanas devido a uma viagem de trabalho.
Quando o modelo regressou a casa, Lagerfeld já tinha escolhido Choupette como a sua mascote e companheira para a vida. "Quando ele [Baptiste Giabiconi] regressou da viagem de trabalho, disse-lhe que lamentava muito mas não era possível devolver-lhe a Choupette", já que os dois se tinham tornado inseparáveis — e Lagerfeld fez questão de a tratar como uma princesa desde o primeiro dia.
"A Choupette tem três empregadas só para si que lhe lavam os olhos cinco vezes por dia e lhe escovam o cabelo. Ao longo do dia toma quatro tipo de refeições diferentes, criadas especialmente para ela e com a supervisão de vários veterinários para que esteja sempre saciada. Além disso, também lhe fazem muita companhia porque ela odeia estar sozinha, mesmo quando está a dormir. É um trabalho a tempo inteiro", revelou à "GQ".
Além da alta costura, foram também os milhões de dólares que Choupette foi acumulando através de campanhas publicitárias e sessões fotográficas que permitiram uma vida repleta de luxos.
Além de posar para revistas como a "Vogue" ou a "V", a gata participou também em vários spots publicitários de marcas como a Ceshire & Wain ou a Vauxhall e ainda lançou um livro chamado "Choupette: A Vida Privada de uma Gato de Alta Costura".
E é nesse livro que são descritas algumas aventuras e peripécias enquanto companheira de longa vida de Karl Lagerfeld que, em várias entrevistas, sempre se referiu a Choupette como a sua "dona".
"Foi amor à primeira vista", revelou à "QQ", e garantiu, na altura, que quem ficasse com ela depois de Lagerfeld morrer teria sempre em Choupette uma confidente fiel.