O rapper Sean Combs, mais conhecido como Diddy, tem estado envolvido em acusações de abuso e tráfico sexual nos últimos meses. Na sequência das acusações que lhe têm sido imputadas, duas propriedades do artista, em Los Angeles e Miami, nos Estados Unidos, foram esta segunda-feira, 25 de março, alvo de buscas.
As buscas foram realizadas por agentes federais do gabinete de Investigações e Segurança Interna como parte de uma investigação das autoridades federais de Nova Iorque. Contudo, não foi esclarecido se o artista é diretamente visado pela investigação, ainda que fontes digam há relação direta com as acusações, segundo a CNN.
Os filhos do músico, Justin e King, estavam na propriedade de Hollywood no momento da operação e chegaram a ser algemados, mas não foram detidos, segundo o TMZ. De acordo com este meio, os jovens regressaram à residência durante a noite para recolher alguns pertences e deixaram o local.
Quanto ao rapper, neste momento, o seu paradeiro é desconhecido. Além disso, o advogado e outros representantes do mesmo, que não responderam numa primeira instância aos pedidos de comentário da imprensa, já vieram pronunciar-se em nome do artista, através de um comunicado.
"Não há desculpa para a excessiva demonstração de força e hostilidade da parte das autoridades ou a forma como os seus filhos e funcionários foram tratados", frisou o advogado Aaron Dyer, esta terça-feira, 26 de março, segundo se lê no "USA Today", acrescentando que Sean Combs "nunca foi detido, mas conversou e cooperou com as autoridades".
"Apesar das especulações, nem o sr. Combs nem qualquer membro da sua família foram detidos, nem a sua viagem foi restringida de alguma forma", destacou o advogado, referindo-se ao facto de o rapper ter sido, alegadamente, intercetado pelas autoridade num aeroporto. Além disso, descreveu este ato como uma "caça às bruxas", frisando que o artista "é inocente e continuará a lutar todos os dias para limpar o seu nome".
O artista estava no auge da sua carreira no início de 2023, tendo sido nomeado para um Grammy pelo novo álbum, "The Love Album: Off the Grid", e atuado nos VMAs. Contudo, uma série de ações judiciais no final do ano passado veio trocar-lhe as voltas.
A sua antiga namorada, Cassie, que é também uma conhecida cantora de R&B, meteu-o em tribunal, acusando-o de violação, abuso sexual e violência doméstica. Em novembro do ano passado, a dupla, que namorou durante mais de uma década (de 2007 a 2018), chegou a um acordo e resolveu as questões dispostas no processo de forma amigável, mas a ação da cantora abriu portas a outras queixas de violência sexual.
Por exemplo, enquanto o processo da ex-namorada ainda estava a decorrer, uma outra mulher, Joi Dickerson-Neal, acusou o rapper de a ter drogado e agredido sexualmente em 1991, quando ela era estudante na Syracuse University, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. A vítima disse ainda que Diddy filmou o ato sexual e mostrou o vídeo a outras pessoas, alegando ter sido vítima de pornografia de vingança, de acordo com a "Euronews".
A par disto, o produtor Rodney 'Lil Rod' Jones, que trabalhou com Diddy entre setembro de 2022 e novembro de 2023, também apresentou uma ação judicial contra o mesmo, em fevereiro, às autoridades de Nova Iorque, exigindo uma indemnização de 30 milhões de dólares. Em causa estão alegações de que o rapper forçou Lil Rod a procurar prostitutas e fazer sexo com elas, diz a "Vulture".
O produtor acusa também Diddy de agressão sexual em festas frequentadas por raparigas menores de idade. Nos documentos apresentados às autoridades, estão envolvidos nomes de inúmeros famosos, como é o caso do príncipe Harry – embora nada sustente que o filho mais novo do rei Carlos III esteja envolvido nos alegados crimes do rapper.
Conhecido como Puff Daddy ou Diddy, o rapper fundou a gravadora Bad Boy em 1993 e foi uma figura importante do hip-hop nas décadas seguintes. Trabalhou com uma série de artistas de peso, como Notorious B.I.G., Mary J. Blige, Usher, Lil Kim, Faith Evans e 112. Em 2022, o músico chegou até a ser homenageado pela BET – certame criado pela Black Entertainment Television para premiar artistas afro-americanos – com o prémio Lifetime Achievement Award.
Em relação à sua vida pessoal, Diddy tem sete filhos, tendo a filha mais nova, Love, nascido em outubro de 2022. Os outros seis são Justin, de 30, Christian, de 25, Chance, de 17, e Jesse e D'Lila, de 16, de três mulheres diferentes. O rapper também adotou Quincy Taylor Brown, atualmente com 32 anos, filho mais velho da supermodelo Kim Porter, com quem namorou durante 13 anos. Sean Combs também namorou dois anos com Jennifer Lopez, de 1999 a 2001.