Membros do grupo ativista Animal Rebellion invadiram o restaurante de três estrelas Michelin do chefe britânico Gordon Ramsay, na noite de sábado, 19 de novembro. O Gordon Ramsay Restaurant, situado no exclusivo bairro londrino de Chelsea, fechou portas depois de os membros do grupo invadirem as mesas do restaurante com menus falsos, segundo avança o "Daily Mail".

Por volta das 18 horas, os manifestantes entraram com roupas elegantes e sentaram-se nas mesas reservadas para os clientes. Na mão traziam menus para protestar contra os custos ambientais dos pratos sofisticados servidos no restaurante, incluindo o bife de vaca e a vitela. Em comunicado, escreve o "DailyMail", o grupo diz querer fazer uma campanha de apoio a uma alimentação sem produtos de origem animal. 

"Este restaurante é o exemplo perfeito da desigualdade que enfrentamos no Reino Unido agora", disse Lucia Alexander, uma enfermeira auxiliar de 39 anos da Inglaterra, citada pelo "DailyMail". "Enquanto Gordon Ramsay serve comida com um custo mínimo de 155 libras [cerca de 170€ em euros] por pessoa, mais de 2 milhões de pessoas dependem dos bancos alimentares nesta crise de custo de vida", acrescentou a enfermeira.

No Instagram o grupo faz uma publicação enquanto estava no restaurante onde explica os benefícios de um sistema alimentar à base de vegetais. "Um sistema alimentar à base de plantas requer 75% menos terras agrícolas para cultivar alimentos, permitindo-nos alimentar milhões de pessoas sem depender de indústrias que exploram a criação de animais. Esta é a resposta para o custo de vida e as crises climáticas", explicaram, acrescentando que os restaurantes não deviam obter lucros "à custa dos animais, trabalhadores e o clima".

Esta invasão surge vem na sequência de outros acontecimentos dos últimos dias. Dois dos ativistas do grupo foram detidos após abordarem David Attenborough, biólogo e historiador britânico conhecido por protagonizar documentários em parceria com a BBC Natural History Unit, num restaurante com estrela Michelin. Emma Smart, ativista climática, terá sido convidada a deixar o restaurante antes de ser arrastada e detida pela polícia. A mulher terá pedido ao biólogo uma conversa de 5 minutos para dizer a verdade sobre a mudança climática, escreve o "Daily Mail".
"Não precisamos de outra série de documentários a mostrar que estamos a perder, onde cerca de 150 espécies estão a ser extintas globalmente todos os dias. O que precisamos é de ação", disse a ativista que foi detida esta sexta-feira, 18 de novembro.