Luis Rubiales deu uma entrevista a Piers Morgan, que será transmitida esta terça-feira, 12 de setembro, na TalkTV, um canal de notícias britânico, onde explicou o significado do beijo na boca que deu a Jenni Hermoso na entrega de medalhas após a vitória do Mundial de futebol feminino. O ex-presidente da federação espanhola, que anunciou a sua demissão, foi acusado de “agressão sexual e coação” pelo Ministério Público espanhol.

“As minhas intenções eram nobres, entusiasmadas, 100% não sexuais, 100%, repito, 100%. Não houve dano, nenhum conteúdo sexual, nenhuma agressão, nada disso. O significado do beijo para Jenni teria sido exatamente o mesmo de um beijo a uma das minhas filhas. Entre amigos e familiares isso é muito, muito comum”, começou por dizer Luis Rubiales.

Invadiram o telemóvel de Jenni Hermoso à procura de vídeos e mensagens que ilibem Luis Rubiales
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O ex-presidente admitiu que “deveria ter agido de forma mais solene, fria e diplomática”, mas continua a descrever o momento como tendo sido “muito feliz, uma celebração, um momento de euforia”, revela o "The Sun". “Em nenhuma circunstância houve qualquer agressão e em nenhuma circunstância houve qualquer conteúdo sexual. Quero dizer isso, Piers, de novo, cometi um erro, peço desculpas, mas sejamos claros, em hipótese alguma isso é agressão sexual”, afirmou.

Rubiales falou também sobre ter agarrado nos genitais como forma de insulto à seleção inglesa a poucos metros da princesa Infanta Sofia da Espanha. “Por isso estou realmente envergonhado. Não há desculpas. Em Espanha, tanto com homens como com mulheres, há uma expressão que provavelmente se traduziria em algo como, 'ah, os meus órgãos genitais' ou algo nesse sentido. Então, essa expressão vulgar, basicamente o que significa é: bravo, muito bem. Peço desculpas porque não é o comportamento que eu deveria ter tido”, assumiu.

O dirigente espanhol contou que falou com o pai, com as filhas e amigos antes de tomar a decisão de se demitir, decisão essa anunciada na entrevista a Piers Morgan. “Vou demitir-me. É claro que não posso continuar o meu trabalho”, disse. “Pensei muito estas três semanas. Não é uma questão que me afete apenas a mim, pode afetar outras pessoas. Por isso, é a decisão mais inteligente a tomar”, acrescentou.

Rubiales também informou a decisão nas redes sociais. “Hoje transmiti às 21h30 [horas locais] ao presidente em funções, D. Pedro Rocha, a minha renúncia ao cargo de presidente da RFEF. Também informei que fiz o mesmo com o meu cargo na UEFA, para que a minha posição na vice-presidência possa ser substituída”, referiu, numa mensagem divulgada nas redes sociais.

“Depois da rápida suspensão efetuada pela FIFA, mais os restantes procedimentos abertos contra a minha pessoa, é evidente que não posso voltar ao meu cargo. Insistir em esperar e agarrar-me a isso não vai contribuir para nada de positivo, nem para a Federação nem para o futebol espanhol”, acrescentou.