Ao contrário do que se esperava, o presidente da federação espanhola não se demitiu na assembleia geral extraordinária esta sexta-feira, 25 de agosto, após as inúmeras críticas e queixas no mundo desportivo por ter beijado na boca a futebolista Jenni Hermoso na entrega de medalhas pela vitória da seleção espanhola na final do Mundial de futebol feminino.
“Chegou o momento de dizer algo. Errei e não era o momento de fazer aquele gesto. É tão grave para que me vá embora? Para que me vou demitir? Pois bem, não me vou demitir, não me vou demitir, não me vou demitir! Vou lutar até ao fim”, anunciou Luis Rubiales, indo contra todas as expectativas para esta assembleia, dado que foi anunciado que o presidente iria demitir-se no evento.
Quanto ao beijo na boca dado a Jenni Hermoso, diz ser sido “um beijinho” e não “um beijo”. “Quem vir o vídeo, perante 80 mil pessoas no estádio e milhões na televisão, perante a minha família, as minhas filhas, percebe que não houve qualquer desejo, nem posição de domínio”, garante.
“Foi um beijo espontâneo, eufórico. Foi consentido. A jogadora [Jenni Hermoso] falhou um penálti. Fomos uma família durante mais de um mês. Ela levantou-me do chão, abraçámo-nos e eu disse-lhe: “esquece o penálti, não conseguiríamos vencer este Mundial sem ti”. Demos um beijinho e ela despediu-se com uma palmada nas costas. Depois veio um comunicado que não entendi. É falso. É um assassinato social o que me estão a fazer”, continuou.
Quanto ao gesto de agarrar nos genitais em forma de insulto à seleção adversária, a inglesa, o presidente pediu desculpas. “Quero pedir desculpa, de forma incondicional, pelos factos ocorridos no camarote. Um momento de euforia em que agarrei as minhas partes”, começou por dizer, acrescentando que ficou “muito emocionado, ao ponto de perder o controlo”. “Mais uma vez, tenho de pedir desculpa à casa real, à rainha e à infanta”, disse, dado que tanto Letizia como a infanta Sofía, de 16 anos, estavam a seu lado.
Luis Rubiales chamou ainda às críticas contra si de “falso feminismo” e anunciou que irá processar quem o difamou e o acusou de “assédio sexual”, nomeadamente Yolanda Díaz, vice-presidente e ministra interna do Trabalho e Economia Social, para fazer "justiça". “O que vão pensar as mulheres que realmente foram agredidas sexualmente?”, questionou.