Os últimos dias têm sido de pânico no mar, aquando do desaparecimento do Titan, o submarino que está perdido no fundo do Oceano Atlântico, onde mergulhou esta segunda-feira, 19 de junho, com cinco pessoas a bordo, com o objetivo de visitar os destroços do Titanic. Desde então, muito se tem dito sobre a falta de segurança da embarcação – nomeadamente da forma como era conduzida.
A OceanGate, empresa que leva a cabo as excursões até às profundezas do mar, revelou que o submersível é controlado por uma versão modificada do comando Logitech G F710 Wireless Gamepad, originalmente lançado em 2010. Além disso, o dispositivo funciona a pilhas (AA) e só é compatível com sistemas operativos Windows e Chrome bastante antigos, de acordo com o "Daily Mail".
Trocado por miúdos, o Titan, que teria capacidade para descer até aos destroços do navio, que estão a 4000 metros de profundidade, era guiado por um comando de consola de 29,99 dólares (cerca de 27€). E o pior é que este dispositivo já tinha recebido inúmeras críticas nos mais diversos sites onde está disponível.
No site da Amazon, por exemplo, muitos utilizadores deixaram explícito que o comando tinha vários problemas, havendo mesmo quem o chamasse de "lixo", de acordo com o diário britânico. Além dos problemas com os joysticks, que parecem ser uma constante nos comentários, o facto de perder "constantemente a ligação à consola" também estava a gerar contestação.
Esta pode ser uma das causas que estão na origem do desaparecimento do submersível, que levava cinco passageiros, agora conhecidos por Titan Five (os Cinco do Titan). É o caso do bilionário britânico Hamish Harding, o diretor executivo da OceanGate, Stockton Rush, o veterano da marinha francesa PH Nargeolet e o empresário paquistanês Shahzada Dawood, que viaja com o seu filho de 19 anos, Suleman Dawood.
As buscas decorrem desde a noite desta segunda-feira, 19, aquando do alerta dado junto da Guarda Costeira norte-americana e canadiana, mas, até ao momento, nem sequer foi possível localizar o submersível com precisão. Uma coisa é certa: de acordo com os cálculos da empresa detentora da embarcação, o Titan tem 96 horas de oxigénio, ou seja, pelas 12h08 desta quinta-feira, 22, estima-se que os passageiros fiquem sem ar e acabem por morrer.