A marca de luxo Cartier inaugurou na quarta-feira, 15 de março, a exposição "El diseño de Cartier: Un legado vivo" sobre a sinergia com a cultura mexicana, que conta com joias da atriz María Félix, que morreu em 2002. A exposição exibe 160 peças históricas da marca francesa no Museu Jumex, na Cidade do México, até dia 15 de maio.

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A peça central da exposição é uma cobra, totalmente móvel, constituída por platina e diamantes, com olhos de esmeralda e o corpo em esmalte preto, vermelho e verde. A cobra está de cabeça erguida e em posição de ataque, sugestão de Maria Félix, dona da joia. A cobra, que já tinha sido vendida pela atriz e comprada pela Cartier em 1999, voltou ao México para uma exposição da marca francesa no Palácio de Belas Artes da capital.

Pierre Rainero, diretor do património da Cartier, visitou a exposição um dia antes da abertura. “Fiquei muito feliz ao ver que as suas joias pertenciam novamente à Cartier. Ela [a atriz María Félix] interessava-se muito por tudo relacionado com a marca, porque tinha muito contacto com ela nos anos 60, mas não sabia tanto sobre os anos 20 ou 30. Estava a brincar e de muito bom humor até chegarmos à cobra, que aparecia deitada numa almofada, como se estivesse a descansar. Então ela ficou chateada, disse que as cobras eram animais maus e que deviam ser mostradas em posição de ataque. Tinha razão e desde então mostramos as cobras sempre nessa posição”, explicou no dia da inauguração.

Ana Elena Mallet, comissária da exposição, contou na inauguração que ficou surpreendida ao descobrir a relação da Cartier com o México e a América Latina. “Esta exposição é importante, porque no México temos um público muito interessante e temos que oferecer novas propostas, como contar a história através da joalharia e também através das personagens que usaram aquelas joias”, explicou.

Pela primeira vez, é também mostrado o relógio misterioso que a filantropa Luz Bringas deu a José Yves Limantour, secretário de Finanças e Crédito Público do presidente mexicano Porfirio Díaz, revela o jornal “El País”. Mas a relação com o México não termina aqui. A exposição começa com uma encomenda especial feita em platina e diamantes em 1935. “No arquivo há outras peças que lembram as pirâmides. Não exatamente como esta, mas semelhante a outras pirâmides da civilização maia. Estas imagens estavam presentes na mente dos designers. Não esqueçamos que a arte pré-hispânica chegou à Europa já no século XVI”, explica Pierre.