Um aluno de 14 anos foi agredido por um colega na Escola Básica 2/3 Fragata do Tejo, na Moita, Setúbal, na manhã de sexta-feira, 24 de janeiro. A agressão foi gravada por vários outros alunos que se encontravam no recinto, nenhum deles tendo parado a filmagem para auxiliar o colega. No vídeo publicado, vê-se o jovem a ser arrastado pelo chão e a levar vários socos e pontapés do colega. Soube-se, mais tarde, que o aluno de 14 anos foi diagnosticado com autismo e que a GNR foi alertada. 

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Ao que tudo indica, segundo apurou o segmento de análise criminal do programa da SIC “Casa Feliz”, a escola não quis falar sobre o assunto, e a mãe do rapaz esteve presente no estabelecimento para perceber a situação, explicando que queria garantir que o filho ficaria em segurança se voltasse para a escola. A direção disse que “ia tentar”, ao que a mãe respondeu que “tentar não chega”. Pelo vídeo, percebe-se que o agressor, de 15 anos, pegou no jovem pelo casaco e começou a empurrá-lo para trás, fazendo-lhe depois uma rasteira e pontapeando-o. “Larga-me”, diz o aluno agredido.

Veja o vídeo (alerta conteúdo sensível):

Ouve-se ainda o rapaz a dizer para o agressor parar, visivelmente emocionado e sem conseguir conter a frustração. Ao longe, ainda se ouve alguém a dizer “não te metas”, provavelmente para um aluno que queria ir ajudar o colega, e o que torna o vídeo mais polémico é o facto de existirem várias crianças ao redor da situação e nenhuma ter tentado ajudar - não só as crianças como também funcionários, que não se veem em nenhum dos pavilhões que aparecem no vídeo. Além disso, também se ouve um aluno dizer “Danilo, não vais fazer isso ao pé da direção”, falando com o agressor. 

No final, o rapaz de 14 anos, já depois de o agressor ter fugido, diz estar farto daquela escola enquanto chora. A CNN Portugal também apurou que foi a própria vítima quem deu o alerta aos pais, depois de ter falado com eles ao telemóvel, tendo sido depois avaliada no hospital do Barreiro. O agressor de 15 anos, que pelo vídeo divulgado tem o nome de Danilo, já foi suspenso da escola, e os jovens que gravaram a situação e não ajudaram a vítima também vão ser castigados. 

Mais tarde, a SIC Notícias avançou que a agressão terá começado quando o jovem provocou verbalmente o agressor de 15 anos. Quem chamou a GNR foi uma mulher desconhecida, a quem foi mostrado o vídeo, que disse no segmento de análise criminal da “Casa Feliz” que contactou a escola para saber o porquê de o caso ainda não ter sido exposto.

Na entrevista, a mulher explicou que o diretor da escola escolheu não agir, porque se o fizesse “teria de agir em conformidade”, citou. Ainda acrescentou que o diretor da escola afirmou, alegadamente, que quem era o criminoso “era quem gravou o vídeo”. A mulher também desmentiu a SIC Notícias, afirmando que o jovem apenas tinha passado e olhado para o agressor, e foi isso que desencadeou o episódio de violência.