Para concretizar o plano de vacinação em massa contra a COVID-19 será implementado um procedimento que permitirá que os utentes possam auto agendar a toma da vacina ao inscreverem-se numa plataforma digital, escreve o "Jornal de Notícias".
A informação foi avançada pelo grupo de trabalho liderado pelo vice-almirante Henrique Gouveia e Melo que prevê ainda que, para concretizar este plano, sejam necessários cerca de 5.200 profissionais de saúde. O total de profissionais deverá, segundo o grupo de trabalho, ser composto por 2.500 enfermeiros, 400 médicos e 2.300 auxiliares que serão distribuído pelos 150 centros de vacinação COVID-19 (CVC) espalhados pelo País, que deverão estar em funcionamento a partir do segundo trimestre do ano.
"Para além do processo de agendamento por mensagem SMS, chamadas telefónicas e cartas atualmente em uso, está previsto implementar-se um procedimento de auto agendamento, através de uma plataforma digital, onde as pessoas podem marcar diretamente a sua vacinação", declarou o grupo de trabalho à agência Lusa, citada pelo "Jornal de Notícias".
Quanto aos centros de vacinação, sabe-se que estes estão a ser projetados para "um mais fácil acesso das pessoas", com a localização a ser definida em articulação entre as administrações regionais de saúde, os agrupamentos de centros de saúde e as autarquias.
O objetivo atual é imunizar cerca de 100 mil pessoas por dia. Contudo, esta meta estará dependente do número de vacinas que Portugal recebe. "Havendo mais vacinas disponíveis, estima-se chegar, no próximo trimestre, a um ritmo de vacinação que poderá vir a atingir, em alturas de pico, as 150 mil inoculações num só dia", adiantou ainda o grupo de trabalho.
Alteração do nome da vacina da AstraZeneca não deverá afetar distribuição
Esta terça-feira, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) deu luz verde à nova denominação da vacina da AstraZeneca, que passa agora a chamar-se Vaxzevria. A farmacêutica justificou a alteração por razões comerciais, afirmando que a mesma "não significa qualquer mudança" na distribuição do fármaco e referiu que "a mudança para um nome comercial é habitual e está planeada há vários meses".
"Esta alteração não significa qualquer mudança na política da AstraZeneca de distribuição da vacina - sem lucro durante a pandemia", adiantou fonte da empresa à Lusa, citada pelo "Jornal de Notícias".
Na atualização sobre o fármaco, a EMA refere que até à passada quinta-feira, 25 de março, "mais de 10 milhões de doses de Vaxzevria foram administradas na UE e Espaço Económico Europeu", e salienta que, além da mudança do nome, "foi incluído na informação sobre o produto um aviso sobre eventos de coágulos sanguíneos específicos muito raros, enquanto estão em curso mais investigações sobre uma possível relação causal com a vacina".
No mesmo documento, o regulador reforça que "os benefícios da Vaxzevria na prevenção da COVID-19 continuam a superar os riscos" e que "as pessoas vacinadas devem procurar atenção médica imediata se ocorrerem sintomas de coagulação e/ou hemorragia do sangue".