Rúben Couto, o jovem de 25 anos que confessou ter assassinado brutalmente Beatriz Lebre, foi encontrado morto este domingo, 5 de julho, no Estabelecimento Prisional de Lisboa, avançou a SIC Notícias. O jovem eram vigiado de hora a hora, nas rondas dos guardas prisionais, e o corpo terá sido encontrado na ronda das 23 horas, por isso o óbito terá acontecido entre as 22 e as 23 horas da noite de domingo.

Não há ainda certezas sobre as condições da morte. Sabe-se, sim, que Rúben Couto já havia tentado matar-se na noite em que deu entrada na cadeia. Na altura foi hospitalizado, mas acabou por sobreviver.

"Os agressores dão flores e são amantes maravilhosos para se desculpabilizarem. A vítima é que se sente culpada"
"Os agressores dão flores e são amantes maravilhosos para se desculpabilizarem. A vítima é que se sente culpada"
Ver artigo

A morte do homicida acontece um mês depois de a Polícia Judiciária ter conseguido reconstruir todos os seus passos nos dias anteriores à morte de Beatriz Lebre. No documento emitido pelo Ministério Público, que assenta muito nas trocas de mensagens por telefone, e nos registos das antenas, ficou comprovado que existia  uma relação amorosa entre Beatriz Lebre e Rúben Couto, o agressor e suposto homicida.

Este namoro era mantido em segredo da família e amigos de Beatriz, já que a jovem estudante tinha um namorado no Alentejo, na zona de Elvas, onde tinha estado durante o período da quarentena.

Segundo o despacho, Beatriz e o agressor mantinham um relação amorosa desde novembro de 2019. Os amigos mais próximos e a família não sabiam dessa relação até porque a jovem teria assumido o tal outro relacionamento com outro jovem desde junho de 2019, segundo revela o documento, de acordo com o que noticia a "Sábado". E tanto o avô como a mãe de Beatriz garantem que a jovem estudante e o agressor não eram namorados.

A lei contra a violência doméstica é “completa”. Então, porque é que está a falhar tanto?
A lei contra a violência doméstica é “completa”. Então, porque é que está a falhar tanto?
Ver artigo

Mas a reconstrução levada a cabo pela Polícia Judiciária dos últimos passos do suspeito do crime revelou que ambos chegaram a passar duas noites juntos. Depois de Beatriz ter regressado, a 18 de maio, a Lisboa — após ter passado uns dias junto da família, em Elvas —, o suposto homicida dormiu em casa da jovem nessa noite e na seguinte.

"Na madrugada de quarta-feira, 20 de maio, Rúben foi buscar Beatriz a casa e viajou com ela até à residência dos pais [de Rúben], em Vale de Milhaços, Corroios, onde pernoitaram", lê-se no despacho a que a mesma publicação teve acesso.

 A 21 de maio, a véspera do crime, o agressor saiu de casa à hora de almoço para levar Beatriz a passear ao Parque das Nações, em Lisboa, e só regressou a casa à noite. Enquanto isso, Beatriz foi para casa, em Marvila. Mas foi já durante a madrugada que Rúben voltou a casa de Beatriz e já levaria consigo o bastão que usaria para lhe tirar a vida de forma violenta, acreditam as autoridades.