Abrir ou não os cabeleiros já na próxima semana é a questão que está a dividir o Governo. A Páscoa é o período que vai marcar o plano de desconfinamento que está a ser desenvolvido pelo Executivo, sendo que há quem defenda a reabertura dos cabeleireiros e barbeiros já em março e quem seja da opinião que a atividade só deve retomar após a Páscoa, avança o "Correio da Manhã".
Isto porque, de um lado, há consciência de que os profissionais do setor estão a passar por dificuldades por terem as portas fechadas e os cidadãos estão ansiosos por voltar aos salões mas, por outro lado, há membros do Governo que defendem que se deve esperar pela diminuição dos números da COVID-19 para reabrir com maior segurança. A reunião do Conselho de Ministros desta quinta-feira, 10 de março, vai ser decisiva para saber em que fase os cabeleireiros vão poder retomar a atividade, bem como quais os moldes do restante desconfinamento gradual do País.
Para já, a certeza é de que as creches e os infantários serão os primeiros a abrir, já a partir da próxima semana, enquanto as escolas do primeiro e segundo ciclos e o secundário reabrirão a partir de abril, avançou o primeiro-ministro, António Costa, esta terça-feira, 9, no mesmo dia em que reuniu com os partidos para discutir o plano de desconfinamento, que teve como base as orientações do Infarmed que resultaram da reunião desta segunda-feira, 8.
Ainda sobre a próxima semana, está em cima da mesa a reabertura do comércio, como lojas de rua, stands de automóveis e livrarias.
Ao contrário do plano de desconfinamento que está a ser pensado pelo Governo, a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) defende que este deve incluir quatro fases, com a primeira a começar já na próxima semana, e da qual deve fazer parte a reabertura de jardins infantis, creches e ensino até ao sexto ano, cabeleireiros, livrarias e alfarrabistas.
Para a segunda fase, os patrões defendem o alívio do teletrabalho e a retoma da restauração e comércio a retalho até às 18h, de seguida os restantes graus de ensino e espaços culturais e para a quarta fase, a partir de 12 de abril, a retoma das restantes atividades até às 18h — sempre em linha com medidas sobre o limite de ocupação e planos de testagem periódica.
O CIP e os restantes os parceiros sociais (CCP, CAP e CTP) reunirão esta quinta-feira, 10, com o Governo, numa sessão em que serão discutidas as linhas já pensadas para o desconfinamento do País. O plano de desconfinamento gradual vai ser aprovado esta quinta-feira, 11, em Conselho de Ministros e será apresentado ao País após a reunião.