Depois de, no primeiro confinamento, se ter registado um aumento exponencial de pedidos de adoção de animais na região do Porto, há agora cães a serem devolvidos a associações. A explicação é simples: assim que o País voltou a reabrir, as pessoas que adotaram animais voltarem às suas vidas rotineiras e, deste modo, os animais passaram a ser "um empecilho", diz Lígia Andrade, da Associação Midas, à Agência Lusa, citada pelo jornal "Público".

"A partir de março de 2020, houve um boom de pedidos de animais para adoção e, no nosso caso, porque já tínhamos confinado, apenas tratámos as adoções que haviam chegado antes do País fechar", começa por explicar. É que, continua, a associação está, atualmente, a "receber muitos pedidos para entregar animais, alegando as pessoas que os encontraram, recolheram ou adotaram, sendo que esses animais nem sequer têm um ano de idade".

Isto leva Lígia Andrade a concluir que estes animais "foram para as famílias após a chegada da pandemia", famílias que, agora, "querem entregá-los".

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"Findo o confinamento, as pessoas retomaram os seus ritmos normais, indo trabalhar ou para a escola, e o animal passa a ser um empecilho, passando de um cenário de 24 horas na companhia dos humanos para 12 horas de solidão, o que os faz entrar em depressão, sendo que não têm a nossa capacidade para o manifestar", continua.

Quanto aos motivos dados à associação na altura de entregar os animais, Lígia Andrade enumera-os: "Mudar de casa, despejos ou emigração". Houve, no entanto, casos de entrega de animais devido à morte dos tutores por COVID-19.

Já a associação A Cerca — Abrigo dos Animais Abandonados, localizada na Póvoa de Varzim, anteviu o problema e decidiu não entregar qualquer animal para adoção assim que Portugal entrou em confinamento.

"Apercebemo-nos de que, como as pessoas estavam em casa, ter um animal por perto fazia-lhes bem para ultrapassar o confinamento", refere a responsável, Raquel Nobre, à mesma publicação.

O problema, continua, "é que o regresso à normalidade iria fazer com que o animal acabasse por ficar sozinho e desatasse a roer, a fazer asneiras e barulho".

Isso, não tem dúvidas, resultaria num desfecho previsível: o de acabar "por ser devolvido", cenário que a associação quis evitar.

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