Um adulto com 60 anos e que não tenha doenças associada e, por isso, não faça parte de nenhum grupo prioritário para a toma da vacina contra a COVID-19, deverá receber a sua primeira dose a partir de 28 de novembro. É esta a informação disponibilizada pela calculadora que mostra uma estimativa, apoiando-se no plano de vacinação divulgado pelo governo português, de quantas pessoas estão à sua frente para a toma da vacina.

Assumindo que um cidadão que preencha este perfil tem acesso à primeira dose da vacina a 28 de novembro, a segunda toma estaria prevista a partir de 19 de dezembro.

A ferramenta digital, referente à fila de vacinação em Portugal, foi desenvolvida pela médica polaca Aleksandra Zajac que, em 2019, esteve durante nove semanas em Portugal em regime de Erasmus e através do qual assumiu funções nos departamentos de cirurgia vascular e de ortopedia no Hospital Geral de Santo António, no Porto.

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Licenciada pela Universidade de Varsóvia, na Polónia, Aleksandra Zajac explica que a ideia para o projeto surgiu-lhe a partir do momento em que começaram a ser divulgadas as primeiras notícias acerca do plano de vacinação. "Temos a vacina, mas quando a vou poder receber? Quando é que os meus pais vão poder sentir-se seguros? Quais as hipóteses de ter férias este ano?", foram algumas das questões que lhe surgiram, recorda ao "Diário de Notícias".

Ainda que estas sejam, à data, das perguntas mais prementes, dar respostas não é fácil até porque a disponibilidade das vacinas é tudo menos certa. Foi por isso que, com a ajuda de Steve Wooding, "o autor da primeira calculadora para vacinas no Reino Unido", se propôs a criar uma plataforma que acompanhasse as alterações ao plano de vacinação português.

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"Todos os dias faço atualizações do ritmo de vacinação e também sigo as notícias sobre como está a decorrer. O objetivo desta calculadora é ajudar as pessoas a perceberem a matemática por detrás das vacinas [e a saberem] quanto tempo irá demorar a vacina a chegar a todas as pessoas em Portugal", continua, em entrevista à mesma publicação.

Mas ainda que os resultados apresentados ao utilizador, que tem de preencher um pequeno formulário com a idade e a existência ou não de doenças, sejam meras estimativas, a profissional de saúde diz que o seu objetivo é ser o mais rigorosa e objetiva na forma como o algoritmo funciona — uma vez que tem que ter em conta alterações de última hora como, por exemplo, a escassez de vacinas no País.

Por isso, garante, vai "mudando o algoritmo" de forma regular para que os utilizadores que recorram à ferramenta que criou possam ter acesso a resultados "o mais precisos" possíveis.