Em abril, Matilde Sande, na altura com apenas 1 mês e meio de idade, foi diagnosticada com atrofia muscular espinhal tipo I. O medicamento necessário para tratar o problema da bebé estava disponível nos Estados Unidos, no entanto tinha o custo exorbitante de de dois milhões de euros. Para angariar o valor necessário, os pais criaram a página "Matilde, uma bebé especial", que reuniu a solidariedade da grande maioria dos portugueses.
Em junho, Carla Martins e Miguel Sande, os pais de Matilde, anunciaram que tinham conseguido juntar o valor necessário para adquirir o medicamento. Pouco tempo depois, porém, o estado anunciou que iria comparticipar o Zolgensma.
Na altura, o casal afirmou na página que "o valor que não for utilizado no tratamento da Matilde será doado às famílias com outras ‘Matildes'”. No entanto, isso não serviu para deixar todos os seguidores satisfeitos — sobretudo aqueles que procederam ao envio de donativos.
Ao "Jornal de Noticias", um dos doadores afirma esta segunda-feira, 2 de setembro, que terá pedido os 100€ que doou, "tendo recebido da mãe de Matilde, Carla Martins, a garantia de que isso aconteceria, ainda que sem indicação de prazo."
Na página de Facebook, podem ler-se comentários como: “Dois milhões e tal de euros, resultantes da indiscutível boa fé de milhares de cidadãos, não podem ser deixados ao critério de um casal sem qualquer escrutínio público”. Há ainda quem peça a “intervenção urgente do Ministério Público, na medida em que o propósito que levou as pessoas a contribuir se extinguiu com a decisão do SNS”.