É o fim de uma era para o Bloco de Esquerda. Catarina Martins anunciou esta terça-feira, 14 de fevereiro, que não se vai recandidatar ao cargo de coordenadora do partido. Ao longo de uma década, inicialmente em parceria com João Semedo, Catarina Martins descreve que atravessou "derrotas e vitórias", como a de 2015, ano em que o Bloco de Esquerda, juntamente com o PCP, se uniram ao PS para formar a "geringonça". "Pusemos a direita fora do governo", salientou, em conferência de imprensa.
"O que me fez decidir neste momento foi pensar que é agora que o Bloco deve começar a preparação da mudança política que já aí está", salienta a agora líder demissionária do partido fundado em 1999. A "certeza de que é preciso virar à esquerda", a "instabilidade da maioria absoluta" e "o final de um ciclo político" no País, com o crescimento das ideias de extrema-direita, são alguns dos motivos apontados por Catarina Martins para deixar a liderança do partido.
A Convenção Nacional do partido está marcada para 27 e 28 de maio, em Lisboa, e é daí que sairá o novo líder (ou líderes) do Bloco de Esquerda. Atriz de profissão, Catarina Martins, atualmente com 49 anos, sucedeu em 2015 a Francisco Louçã, que liderou o partido entre 1999 e 2015. Em conferência de imprensa, a líder demissionária não esclareceu se vai continuar no cargo de deputada.