O Conselho de Ministros vai reunir-se este sábado, 31 de outubro, para discutir as medidas a serem aprovadas em Portugal de forma a combater a segunda vaga de infeções pelo novo coronavírus. E em cima da mesa de discussão estarão, pelo menos, a implementação do recolher obrigatório em meados de novembro, que vigorará durante um possível estado de emergência, e um confinamento geral à semelhança do que aconteceu entre março e abril — mas desta vez, apenas durante a primeira quinzena de dezembro. O objetivo? Poupar o Natal.
Uma das primeiras medidas do executivo de António Costa passará por aplicar aos concelhos que registem uma média de casos superior a 240 por cada 100 mil habitantes as mesmas medidas que, por exemplo, estão em vigor nos concelhos de Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras. Isto implica a obrigatoriedade do teletrabalho em todas as funções compatíveis com esse regime, a restrição de eventos ou espetáculos culturais e o fecho do comércio e restauração a partir das 22 ou 23 horas, soube o jornal "Público".
Além disso, está também em cima da mesa a implementação do recolher obrigatório — medida que precisará sempre que Portugal volte a decretar estado de emergência.
E ainda que António Costa esteja a ser pressionado por vários autarcas que se dizem a favor desta medida, o primeiro-ministro prefere, para já, alargar as restrições dos concelhos de Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras a outras regiões do País mais afetados pelo surto, avança a mesma publicação.
Mas o governo de António Costa terá ainda várias dúvidas sobre a eficácia da medida e a duração da mesma e, escreve o mesmo jornal, caso o estado de emergência venha a ser aplicado, só acontecerá na primeira quinzena de novembro. Este cenário implica que Portugal iria estar mais duas semanas em situação de calamidade.
O regresso a um confinamento geral e total só estará em cima da mesa para dezembro, mais especificamente para as primeiras duas semanas. O objetivo é poupar o mais possível o Natal, tentando dissuadir deslocações ou ajuntamentos durante as duas semanas em que se registam vários feriados e pontes e numa altura em que não se sabe como evoluirá o número de casos. Mas a ser implementado este novo confinamento, será diferente daquele que se assistiu entre março e abril.
As escolas, por exemplo, não serão encerradas mas o governo admite restrições nos setores do comércio e na livre circulação de pessoas, avançam fontes presentes nas reuniões ao jornal "Expresso".
Espera-se que ao longo deste sábado, o Conselho de Ministros faça saber as novas medidas de combate ao surto. Nas últimas 24 horas, Portugal registou o pior dia de sempre desde o início da pandemia com 40 mortes, 4.656 novos casos de infeção e 275 doentes nos cuidados intensivos.