Ainda que seja mais do que certo que Portugal voltará a um confinamento geral, há desacordo dentro do governo sobre o eventual encerramento das escolas durante o próximo estado de emergência que irá vigorar entre 14 e 28 de janeiro. Sabe-se que, para já, são António Costa e Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, os principais opositores ao encerramento dos estabelecimentos de ensino, escreve o "Correio da Manhã" citando várias fontes ligadas ao executivo.

Ao lado do primeiro-ministro e do ministro da Educação estão também Pedro Siza e Mariana Vieira da Silva, ministro do Estado e da Economia e a ministra de Estado e da Presidência, respetivamente. A favor do encerramento está Marta Temido, ministra da Saúde. Quem o diz é Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, que adianta que, face a este tema, "o Conselho de Ministros tomará uma posição de equilíbrio".

A decisão final, no entanto, só deverá ser tomada depois desta terça-feira, 12 de janeiro, após a reunião no Infarmed. Além de Marta Temido, o mesmo jornal sabe que há outros governantes que vêem com bons olhos a decisão de fechar as escolas do País, mas a decisão está dependente daquilo que os especialistas disserem nesta reunião.

Confinamento vai mesmo acontecer. Governo vai decretar medidas "o mais cedo possível"
Confinamento vai mesmo acontecer. Governo vai decretar medidas "o mais cedo possível"
Ver artigo

Sabe-se que, caso as previsões indiquem um aumento exponencial de novos casos diários, mortes e internados em unidades de cuidados intensivos e a estes dados se acumular ainda um aumento de contágios entre jovens em idade escolar, o governo de António Costa não terá outra alternativa a não ser ordenar o encerramento das escolas. Se, pelo contrário, as previsões indicarem o contrário, as escolas continuarão a ser exceção ao novo confinamento.

António Costa e Tiago Brandão Rodrigues querem evitar que o primeiro cenário se confirme, até porque isso implicaria os pais faltarem aos seus trabalhos para cuidar dos filhos em casa — o que obrigaria o governo a comparticipar, à semelhança do que aconteceu em março e abril, os salários destes trabalhadores.

Em cima da mesa, e para fazer face à possibilidade das escolas fecharem, o governo está ainda a ponderar uma opção menos severa que passará, caso seja aprovada, pelo encerramento apenas do ensino secundário a partir do 10.º ano de escolaridade.