Portugal regista já 48.566 infetados e 1.689 mortos pelo novo coronavírus. São estes os novos dados avançados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) no boletim epidemiológico deste domingo, 19 de julho. Estes números representam um aumento de 246 infetados, enquanto as vítimas mortais registadas são mais cinco do que as de ontem.

Os dados são atualizados no mesmo dia em que o balanço do efeito do surto da COVID-19 no mundo inteiro já terá matado mais de 600 mil pessoas desde que o vírus foi descoberto na China, em meados de dezembro, avança a agência de notícias France-Presse (AFP). Segundo a própria, que recolheu dados junto de fontes oficiais até às duas da manhã deste domingo, 19 de julho, foram já detetados 14.233,355 milhões de casos de infeção em todo o mundo.

Esta informação surge um dia depois de, em Portugal, ter sido confirmado o primeiro caso de um bebé infetado com o novo coronavírus. A criança nasceu com 34 semanas e dois dias e apresentava sintomas graves de infeção por COVID-19, como falta de ar e pneumonia — o que obrigou à transferência imediata do bebé para a unidade dos cuidados intensivos do hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, onde ainda se encontra internado.

Nasceu em Portugal o primeiro bebé infetado com COVID-19 durante a gravidez
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"Era uma gravidez que tinha infeção confirmada porque sabíamos que a grávida tinha COVID-19. Como tal, o levantar da suspeita em relação ao bebé permitiu que as colheitas fossem feitas de imediato", explica Fernando Cirurgião, diretor de serviço de obstetrícia do hospital São Francisco Xavier, ao jornal "Público". E adianta que a amostra de sangue recolhida do bebé logo após o seu nascimento confirma que houve transmissão vertical do vírus da mãe para a criança.

"Importa lembrar que é um bebé prematuro por natureza. Esta doença infecciosa, a exemplo de outras, está associada a um maior risco de prematuridade. Como tal, são bebés que podem precisar desse apoio da neonatologia. Aí é que fica um bocadinho a dúvida quando à gravidade da situação", explica ao mesmo jornal.

E continua: "Comparativamente a outros bebés com esse tempo de gestação, parece-me que este poderá ter uma intensidade maior de sintomas e dificuldades que outros bebés com 34 semanas talvez não tivessem. É um bocadinho isso que leva a dizer que pode existir um componente associado à infecção materna e não só a maturidade."

A mãe do bebé, que não pertence a qualquer grupo de risco da doença, está já a recuperar da infeção assim como o recém-nascido que continua internado na unidade de cuidados intensivos do hospital.