Uma menina de 4 anos foi encontrada dentro de um carrinho de bebé abandonado junto à estação de comboios de Entrecampos, em Lisboa, na passada quinta-feira, 15 de agosto. Ao que tudo indica, a polícia encontrou a criança por volta das 6 horas da manhã e só encontrou a mãe quatro horas depois, “visivelmente embriagada na via pública”, avançou o jornal “Diário de Notícias”. Sabe-se agora que a menina e a respectiva mãe, naturais de São Tomé e Príncipe, já estavam referenciadas pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), e a mulher já saiu em liberdade com termo de identidade e residência.

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O alerta foi dado por um indivíduo que estava a passar pela estação e viu uma pessoa a deixar um carrinho de bebé na Avenida 5 de Outubro, explicando que, na altura, viu a alegada mãe da criança a abandonar o local logo de seguida. De acordo com a SIC Notícias, foram acionados vários meios policiais para Entrecampos, e a criança, quando encontrada, foi levada para o Hospital Dona Estefânia, de modo a ser observada pelos profissionais de saúde. A PSP garantiu que “estava tudo bem” com a menina, além de "uma deficiência congénita, uma malformação" que esta já tinha.

Mais tarde, fontes oficiais das autoridades referiram que "a mãe da criança foi interceptada pelas 10h15, interrogada, constituída arguida e sujeita a termo de identidade e residência, tendo todavia sido informada que a criança lhe tinha sido subtraída", citou o "DN". “Uma vez que não foi apanhada em flagrante delito e o crime de exposição ao abandono não ultrapassa a pena de cinco anos, não fica detida. Foi à esquadra prestar declarações, será aberto inquérito, ouvidas as testemunhas que presenciaram o abandono e acionado o Ministério Público”, disse o comissário Paulo Martins, do Comando Metropolitano de Lisboa, ao mesmo meio.

A mulher, com cerca de 25 anos, "foi encontrada visivelmente embriagada na via pública", depois de ter estado “num bar durante a madrugada”, e, no interrogatório, chegou mesmo a dizer “que a criança tinha sido raptada”. “Na altura, ainda estava bastante embriagada, apresentava um forte odor a álcool e percebemos, pela forma como se locomovia, que não estava no seu estado normal”, esclareceu Paulo Martins. “Saiu de madrugada, esteve num bar naquela zona, deixou a criança na rua e voltou para a pensão onde se encontra instalada desde o mês passado”, acrescentou.

No comunicado, a PSP acrescentou ainda que a menina foi transportada para uma casa de acolhimento pelas 16h35 de quinta-feira, ao abrigo do artigo 91.º da lei de proteção de crianças e jovens em perigo, "uma vez que a mãe não é idónea para ficar com a criança e também não há familiares conhecidos", de acordo com o “Jornal de Notícias”. No entanto, esta não é a primeira vez que existe negligência por parte da mãe, uma vez que a criança e a mulher “já estavam referenciadas pela CPCJ, porque já tinham sido registados episódios desfavoráveis, de negligência, no passado”, disse o Comando Metropolitano ao DN.