Depois das inúmeras polémicas de vacinação de pessoas fora dos grupos prioritários, a Direção-Geral de Saúde (DGS) decidiu atualizar a norma lançada a 30 de janeiro sobre a primeira fase da campanha de vacinação contra a COVID-19 e definir que deve ser criada uma lista, "de elaboração obrigatória, de pessoas a convocar em caso de vacinas sobrantes". A atualização foi publicada esta terça-feira, 9 de fevereiro, está expressa no ponto que esclarece como proceder em caso de doses sobrantes.

Antes de mais, a DGS clarifica que "a administração de vacinas é organizada de forma a evitar o desperdício de doses", contudo, em caso de tal acontecer, podem ser administradas de acordo com a lista de elaboração obrigatória.

Assim, depois das pessoas elegíveis para a fase em curso — que de momento corresponde à primeira fase que decorre até abril —, em caso de sobras, "a vacinação deve prosseguir através da vacinação de pessoas incluídas noutra fase do plano de vacinação, desde que pertencentes aos grupos prioritários e em respeito pelos subgrupos de prioridades", continua a DGS no documento.

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Ainda dentro da mesma temática, a DGS indica como proceder em caso de sobras em lares e similares. "Os frascos multidose devem ser abertos apenas se houver profissionais suficientes para utilizar todas as doses na mesma instituição", diz a norma. Contudo, prevendo já situações em que os frascos abertos não sejam utilizados (por falta de comparência ou surtos), as instituições devem avançar com a vacinação de modo a evitar desperdício, cumprindo com a seguinte ordem de prioridade:

  • Proceder à vacinação de uma ERPI, instituição similar e/ou unidade da RNCCI vizinha ou de um concelho limítrofe, priorizando-se o concelho com maior risco epidemiológico e/ou a estrutura ou unidade com maior número de pessoas;
  • Proceder à vacinação de profissionais de saúde ainda não vacinados.

Existem especificações técnicas para cada vacina que devem ser respeitadas e que estão também reguladas na norma da DGS de modo a garantir a segurança da administração de doses sobrantes. Os frascos de vacinas de mRNA (da Pfizer e BioNTech e da AstraZeneca) "se não tiverem sido mantidos continuamente à temperatura de 2-8.ºC, devem ser utilizados no mesmo dia", no entanto, em caso de já terem sido perfurados, "não devem ser transportados".