A hipótese está em cima de mesa: reduzir a validade do teste rápido de antigénio de 48 para 24 horas e o teste de PCR de 72 para 48 horas, avança o semanário "Expresso". A Direção-Geral da Saúde (DGS) está a estudar a redução devido à rápida transmissão da variante Ómicron e o tempo de incubação que será mais curto, contudo, na prática, essa redução temporal é pouco fazível.
Com as novas medidas anunciadas pelo governo esta terça-feira, 21 de dezembro, passa a ser obrigatório apresentar teste negativo (PCR, rápido e até 2 de janeiro é permitido autoteste "mediante supervisão", esclareceu esta quinta-feira, 23, o Executivo) para aceder a espaços como hotéis e alojamentos e eventos culturais e ainda para entrar em restaurantes no período de Natal e passagem de ano. Esta medida tem levado a uma enorme corrida à testagem — são feitos diariamente cerca de 133 mil testes — apesar dos constrangimentos de vagas nas farmácias e de disponibilidade de autotestes.
Assim, com a redução da validade de cada teste, o processo de testagem ficaria ainda mais difícil, situação que está a dividir os especialistas. “Com grande procura e prazo mais apertado, [o trabalho dos laboratórios] pode complicar-se ainda mais”, diz ao "Expresso" um dos especialistas da DGS que está a avaliar a hipótese.
Para já, a DGS está a “analisar os dados e a evidência que tem surgido de forma dinâmica nos últimos dias sobre a variante Ómicron”, avança ao mesmo jornal, acrescentando que adaptará as recomendações "sempre que a evidência científica o justifique".
Enquanto a medida não avança, tenta-se reforçar os testes rápidos disponíveis nas farmácias — com 2,5 milhões de autotestes e cerca de 1,5 milhões de testes de uso profissional a chegar até 3 de janeiro, segundo Manuel Talhinhas, da Associação de Distribuidores Farmacêuticos.