Marcelo Rebelo de Sousa vai falar ao País na próxima quinta-feira, 4 de novembro, e espera-se que a comunicação tenha como objetivo anunciar a dissolução da Assembleia da República. A dissolução decorre não do chumbo do Orçamento do Estado para 2022, já que esse não é, segundo a constituição portuguesa, o único caminho, mas da vontade expressa do presidente de marcar eleições antecipadas caso o documento não fosse viabilizado.

Marcelo Rebelo de Sousa dirigir-se-á ao País depois de ouvir o Conselho de Estado. Essa reunião, explicou este domingo, 31 de outubro, deverá prolongar-se "até à noite" de quarta-feira, 3, pelo que "não será possível falar nesse dia", segundo explicou aos jornalistas, escreve o jornal "Público".

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"Falarei no outro dia, certamente. Não na quarta-feira, mas na quinta", reforçou.

Ainda que a dissolução seja quase garantida, Rebelo de Sousa explicou que a assembleia manter-se-á a funcionar durante "algum tempo" para que alguns diplomas sejam "votados antes da dissolução".

Ainda que a dissolução não fosse o único cenário em cima da mesa — até porque o governo poderia elaborar uma outra proposta de Orçamento do Estado e submetê-la à apreciação do parlamento —, Marcelo Rebelo de Sousa desvalorizou as alternativas.

"Outras alternativas não me pareciam tão positivas", sublinhando que a dissolução permite, assim, "devolver ao povo" sobre quem deverá governar Portugal.

Segundo o próprio, que já ouviu os partidos com representação parlamentar, a "quase totalidade" das forças políticas indicaram que preferem ir a eleições já em janeiro.