Comparando as intenções de abril, maio com as expectativas de julho, um estudo realizado pela consultora Mercer concluiu que há mais empresas com planos para despedir e congelar salários em 2021.

Através de dois inquéritos separados, realizados junto de 466 empresas (das quais multinacionais, com operações em Portugal, fortemente representadas na área dos serviços e serviços financeiros), o estudo, publicado esta quinta-feira, 10 de setembro, aponta para o aumento de 12% para 19% nas intenções de redução de funcionários já nos últimos meses. Em causa estará a pandemia.

Pelo mesmo motivo, cita o "DN", quatro em cada dez empresas, num total de 39%, acabou por congelar os planos de recrutamento no verão, e 13,5% vai avançar com contratações, mas em menor número do que estava previsto.

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Sobre os salários, passou de 11% para 17% o número de empresas que não contavam fazer aumentos. 45% adiou ou reviu os planos de atualizações das remunerações em 2020. Para 2021, os planos não são muito diferentes: "um ligeiro abrandamento ao nível dos incrementos salariais, perspetivando-se o congelamento salarial em algumas das empresas inquiridas", cita o mesmo jornal.

Por outro lado, o estudo mostra que 80% das empresas não tenciona fazer cortes salariais, incluindo a atribuição dos bónus salariais, valor que apenas 23% das corporações pondera reduzir.

Por último, é oficial: o teletrabalho veio para ficar. Dados do estudo da Mercer revelam que em 49% das empresas pretende manter o regime de trabalho remoto "indeterminadamente", enquanto 39% planeia manter o mesmo regime até que a "situação melhore significativamente."

Problema: segundo o estudo, são os próprios trabalhadores a terem de suportar os custos materiais para a execução do trabalho. Ou seja, menos de metade das empresas asseguraram meios como computador portátil, telemóvel, mobiliário de escritório, telemóvel e formações extra online.